Conversão de São Paulo, Apóstolo
Saudação
– Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
– Amém.
– A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.
– Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

Oração firmadora do propósito de plenificar o viver com os tesouros brindados pela Santa Madre Igreja
Ó Deus Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, obrigado por mais este dia. Iluminai-me, inspirai-me, orientai-me e sustentai-me para que eu siga no caminho cristão, usufruindo da melhor forma possível os maravilhosos tesouros brindados pela Santa Madre Igreja disponibilizados neste “buffet espiritual” – em meio à realização dos deveres da vocação a que fui chamado, de meu estado de vida. Que eu possa me enriquecer espiritualmente com os estímulos à santificação do dia e da vida em que consistem as orações matinais da Liturgia das Horas (“Invitatório”, “Ofício das Leituras” e “Laudes”); a Santa Missa; as Meditações da Palavra do Senhor e o estudo do Catecismo da Igreja Católica; o néctar espiritual potencializador da prática cristã na sessão IMPULSIONAMENTO AO ESTUDO ORANTE DA LITURGIA DIÁRIA (LECTIO DIVINA) – fundamental para o sustento, remédio e fortalecimento espiritual; os EXEMPLOS DE PRÁTICA CRISTÃ (síntese das inspiradoras histórias de vida dos santos do dia) e os ESTÍMULOS À SANTIFICAÇÃO DO DIA E DA VIDA (em que também consistem as demais orações da Liturgia das Horas). Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé! Amém!
OFÍCIO DAS LEITURAS (NA MADRUGADA)
[Fonte: <https://www.ibreviary.com/m2/breviario.php>]
PRIMEIRA LEITURA
Da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas 1, 11-24
Deus revelou-me seu Filho, para eu O anunciar
Quero que saibais, irmãos: O Evangelho anunciado por mim não é de inspiração humana, porque não o recebi ou aprendi de nenhum homem, mas por uma revelação de Jesus Cristo.
Certamente ouvistes falar do meu proceder outrora no judaísmo, e como perseguia terrivelmente a Igreja de Deus e procurava destruí-la. Fazia mais progressos no judaísmo do que muitos dos meus compatriotas da mesma idade, por ser extremamente zeloso das tradições dos meus pais.
Mas quando Aquele que me destinou desde o seio materno e me chamou pela sua graça, Se dignou revelarem mim o seu Filho, para que eu O anunciasse entre os gentios, decididamente não consultei a carne e o sangue, nem subi a Jerusalém para ir ter com os que foram Apóstolos antes de mim, mas retirei-me para a Arábia e depois voltei novamente a Damasco.
Três anos mais tarde, subi a Jerusalém para ir conhecer Pedro e fiquei junto dele quinze dias. Não vi mais nenhum dos Apóstolos, a não ser Tiago, irmão do Senhor. O que vos escrevo, diante de Deus o afirmo: não estou a mentir.
A seguir, fui às regiões da Síria e da Cilícia. Eu era pessoalmente desconhecido das Igrejas da Judeia que estão em Cristo. Só tinham ouvido dizer: «Aquele que outrora nos perseguia anuncia agora a fé que então combatia». E davam glória a Deus a respeito de mim.
RESPONSÓRIO Gal 1, 11- 12; 2 Cor 11, 10.7
R. O Evangelho anunciado por mim não é de inspiração humana; * Não o recebi dos homens, mas pela revelação de Jesus Cristo.
V. A verdade de Cristo está em mim, porque vos anunciei o Evangelho de Deus. * Não o recebi dos homens, mas pela revelação de Jesus Cristo.
SEGUNDA LEITURA
Das Homilias de São João Crisóstomo, bispo
(Hom. 2 sobre os louvores de S. Paulo: PG 50, 477-480) (Sec. IV)
Por amor de Cristo, Paulo tudo suportou
O que é o homem, quão grande é a dignidade da nossa natureza e de quanta virtude é capaz a criatura humana, Paulo o mostrou mais do que qualquer outro. Cada dia ele subia mais alto e aparecia mais ardente, cada dia lutava com energia sempre nova contra os perigos que lhe surgiam pela frente, de acordo com o que ele próprio afirmava: Esqueço-me do que já passou e avanço para as coisas que estão à minha frente.
Sentindo a morte já iminente, incitava os outros a comungarem da sua alegria, dizendo: Alegrai-vos e congratulai-vos comigo; frente aos perigos, às injúrias e aos insultos, igualmente se alegra, e escreve aos Coríntios: Sinto complacência nas minhas enfermidades, nos ultrajes, nas perseguições; porque sendo estas, segundo afirmava, as armas da justiça, mostrava que disto lhe vinha um grande proveito.
No meio das insídias dos inimigos, conquistava contínuas vitórias, triunfando de todos os seus assaltos. E, em todo o lado, sofrendo pancadas, injúrias e maldições, como se fosse conduzido em cortejo triunfal, cumulado de troféus, nelas se gloriava e dava graças a Deus, dizendo: Sejam dadas graças a Deus, que sempre triunfa em nós.
Avançava ao encontro da humilhação e das ofensas que tinha de suportar por causa da pregação, com mais entusiasmo do que o que pomos nós em alcançar o prazer das honras; punha mais empenho na morte do que nós na vida; ansiava mais pela pobreza do que nós pelas riquezas; e desejava sempre mais o trabalho sem descanso do que nós o descanso depois do trabalho. Uma única coisa o assustava e lhe metia medo: ofender a Deus; e uma única coisa desejava: agradar sempre a Deus.
Só se alegrava no amor de Cristo, que era para ele o maior de todos os bens; com isto considerava-se o mais feliz de todos os homens; sem isto para nada lhe servia a amizade dos senhores e dos poderosos. Preferia ser o último com este amor, isto é, ser do número dos réprobos, do que encontrar-se no meio dos homens famosos pela consideração e pela honra, mas privado do amor de Cristo.
Para ele, o maior e único tormento era separar-se deste amor; esta era a sua geena, o seu único castigo, este o infinito e intolerável suplício. Gozar do amor de Cristo era para ele a vida, o mundo, o anjo, o presente, o futuro, o reino, a promessa, enfim, todos os bens; e fora disto, em nada punha tristeza ou alegria. De tudo o que se pode ter neste mundo, nada lhe era agradável ou desagradável.
Desprezava todas as coisas que admiramos, como se despreza a erva apodrecida. Para ele, tanto os tiranos como as multidões enfurecidas eram como mosquitos.
Considerava como jogos de crianças os mil suplícios, os tormentos e a própria morte, contanto que pudesse sofrer alguma coisa por Cristo.
RESPONSÓRIO 1 Tim 1, 13-14; 1 Cor 15, 9
R. Alcancei a misericórdia de Deus, porque foi por ignorância que agi quando era descrente. * Mas a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo superabundou em mim, com a fé e a caridade que temos em Cristo Jesus.
V. Eu não sou digno de me chamar apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus. * Mas a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo superabundou em mim, com a fé e a caridade que temos em Cristo Jesus.
Hino Te Deum
Nós Vos louvamos, ó Deus, *
nós Vos bendizemos, Senhor.
Toda a terra Vos adora, *
Pai eterno e omnipotente.
Os Anjos, os Céus e todas as Potestades, *
os Querubins e os Serafins Vos aclamam sem cessar:
Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo, *
o céu e a terra proclamam a vossa glória.
O coro glorioso dos Apóstolos, *
a falange venerável dos Profetas,
o exército resplandecente dos Mártires *
cantam os vossos louvores.
A santa Igreja anuncia por toda a terra *
a glória do vosso nome:
Deus de infinita majestade, *
Pai, Filho e Espírito Santo.
Senhor Jesus Cristo, Rei da glória, *
Filho do Eterno Pai,
para salvar o homem, tomastes a condição humana *
no seio da Virgem Maria.
Vós despedaçastes as cadeias da morte *
e abristes as portas do Céu.
Vós estais sentado à direita de Deus, na glória do Pai, *
e de novo haveis de vir para julgar os vivos e os mortos.
Socorrei os vossos servos, Senhor, *
que remistes com o vosso Sangue precioso;
e recebei-os na luz da glória, *
na assembleia dos vossos Santos.
¶ Salvai o vosso povo, Senhor, *
e abençoai a vossa herança;
sede o seu pastor e guia através dos tempos *
e conduzi-os às fontes da vida eterna.
Nós Vos bendiremos todos os dias da nossa vida *
e louvaremos para sempre o vosso nome.
Dignai-Vos, Senhor, neste dia, livrar-nos do pecado.
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Desça sobre nós a vossa misericórdia, *
porque em Vós esperamos.
Em Vós espero, meu Deus, *
não serei confundido eternamente.
LAUDES (INÍCIO DA MANHÃ)
[Fonte: <https://www.ibreviary.com/m2/breviario.php>]
LEITURA BREVE
Atos 26, 16b-18
Eu te apareci, para te escolher como ministro e testemunha do que viste e daquilo que te hei-de revelar. Livrar-te-ei das perseguições do povo e dos ataques dos gentios, a quem te envio a fim de lhes abrires os olhos, para que se convertam das trevas à luz e do poder de Satanás a Deus; para que recebam o perdão dos pecados e a herança dos santos.
RESPONSÓRIO BREVE
V. Sois um instrumento escolhido, apóstolo São Paulo.
R. Sois um instrumento escolhido, apóstolo São Paulo.
V. Pregador da verdade em todo o mundo.
R. Apóstolo São Paulo.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Sois um instrumento escolhido, apóstolo São Paulo.
SANTA MISSA
MEDITAÇÃO DA PALAVRA DO SENHOR – EVANGELHO DO DIA MEDITADO PELO PADRE JOÃO CARLOS
MEDITAÇÃO DA PALAVRA DO SENHOR – REFLEXÃO POTENCIALIZADORA DA TÊMPERA CATÓLICA NA ORAÇÃO DA MANHÃ DE DOM ADAIR JOSÉ GUIMARÃES
MEDITAÇÃO DA PALAVRA DO SENHOR – LEITURA COMENTADA DE UM CAPÍTULO DAS SAGRADAS ESCRITURAS COM A IRMÃ ZÉLIA
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA – OUÇA TODOS OS DIAS E TERMINE EM UM ANO
IMPULSIONAMENTO AO ESTUDO ORANTE DA LITURGIA DIÁRIA (LECTIO DIVINA)
Liturgia diária

Invocação de busca do reto entendimento
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor! Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra! Oremos: ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação! Por Cristo, Senhor nosso! Amém!

1o degrau da lectio divina: leitura (lectio) para compreensão do que o texto diz; 2o degrau da lectio divina: meditação (meditatio) a respeito do que o texto orienta a fazer; 3o degrau da lectio divina: oração (oratio) de compromisso com que o texto faz dizer a Deus.



[Fonte: <https://aliturgia.com/conversao-de-sao-paulo-apostolo-2/>]
Conversão de são Paulo, Apóstolo
Festa
Festa da Conversão de São Paulo, Apóstolo, ao qual, quando ia para Damasco, o próprio Jesus glorioso Se apresentou no caminho e o escolheu, para que, cheio do Espírito Santo, anunciasse o Evangelho da salvação aos gentios, padecendo muitas tribulações pelo nome de Cristo.
Leitura I At 22, 3-16
Naqueles dias, Paulo disse ao povo:
«Eu sou judeu e nasci em Tarso da Cilícia.
Fui, porém, educado nesta cidade de Jerusalém
e recebi na escola de Gamaliel
uma formação estritamente fiel à Lei dos nossos pais.
Era tão zeloso no serviço de Deus,
como vós todos sois hoje.
Persegui até à morte esta nova religião,
algemando e metendo na prisão homens e mulheres,
como podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todo o Senado.
Recebi até, da parte deles,
cartas para os irmãos de Damasco
e para lá me dirigi,
com a missão de trazer algemados os que lá estivessem,
a fim de serem castigados em Jerusalém.
Sucedeu, porém, que, no caminho,
ao aproximar-me de Damasco, por volta do meio-dia,
de repente brilhou ao redor de mim
uma intensa luz vinda do céu.
Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia:
‘Saulo, Saulo, porque Me persegues?’.
Eu perguntei: ‘Quem és Tu, Senhor?’.
E Ele respondeu-me:
‘Eu sou Jesus Nazareno, a quem tu persegues’.
Os meus companheiros viram a luz,
mas não ouviram a voz que me falava.
Então perguntei: ‘Que hei de fazer, Senhor?’.
E o Senhor disse-me:
‘Levanta-te e vai a Damasco;
lá te dirão tudo o que deves fazer’.
Como eu deixei de ver, por causa do esplendor daquela luz,
cheguei a Damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros.
Entretanto, veio procurar-me certo Ananias,
homem piedoso segundo a Lei
e de boa fama entre todos os judeus que ali viviam.
Ele veio ao meu encontro
e, ao chegar junto de mim, disse-me:
‘Saulo, meu irmão, recupera a vista’.
E, no mesmo instante, pude vê-lo.
Ele acrescentou:
‘O Deus dos nossos pais destinou-te
para conheceres a sua vontade,
para veres o Justo e ouvires a voz da sua boca.
Tu serás sua testemunha diante de todos os homens,
acerca do que viste e ouviste.
Agora, porque esperas?
Levanta-te, recebe o batismo
e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome’».
Compreender a palavra
Celebramos a conversão de S. Paulo. Em Jerusalém Paulo é preso com a acusação de pregar contra o povo judeu e contra a sua leia e os seus costumes. Ao ser levado pelos guardas, pediu licença para falar ao povo. Erguendo a voz disse o que acabámos de ler nesta passagem do livro dos Atos dos Apóstolos. Dirige-se, então, ao povo em hebraico, o que deixa a todos admirados, e explica-lhes que é judeu e tudo o que se passou com ele, desde o tempo em que, em Tarso foi educado por Gamaliel e no seu zelo perseguia os cristãos até ao dia em que Jesus lhe apareceu na estrada de Damasco e o colocou aos cuidados de Ananias que o instruiu no mistério de Cristo, abrindo-lhe os olhos para ser testemunha diante dos homens. Recebeu o batismo e tornou-se discípulo de Cristo.
Meditar a palavra
A conversão de Saulo deixa-nos várias pistas de reflexão. Esta conversão não é contada por outros de modo que possamos pensar que se trata de uma história imaginada, mas é o relato feito pelo próprio Paulo. A sua experiência foi vivida na primeira pessoa e narra a sua transformação de um perseguidor em apóstolo de Cristo perseguido por causa da fé. O Zelo é a caraterística fundamental do apóstolo. Cuidar do seu testemunho e do anúncio a todos para o bem de todos, para que Deus seja conhecido e amado. O cavalo de Paulo é igual ao nosso. Sentamo-nos bem alto, no cimo da nossa importância e do nosso orgulho. Julgamo-nos sábios e senhores e enquanto não cairmos não chegamos ao verdadeiro conhecimento de Deus e de nós mesmos. A cegueira mata sem qualquer distinção só pela diferença da pele, da raça, da cor ou da religião. A ignorância acompanha a cegueira e não permite chegar ao conhecimento da verdade. Persistir na ignorância é perder o caminho da vida. A resposta é dada por Ananias a Paulo “Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o nome de Jesus”.
Rezar a palavra
Que queres que eu faça, Senhor? Estas palavras de Paulo na estrada de Damasco são as minhas palavras hoje, neste Damasco da minha vida. A euforia perante a minha razão, o delírio perante as minhas convicções, o êxtase diante das minhas verdades pode levar-me a matar tudo o que tem sinal contrário. Derruba-me deste orgulho que não me deixa ver que é a ti que persigo quando nos meus pensamentos, nas minhas ideias, na minha verdade não cabem todos os homens que tu amas com amor eterno.
Compromisso
Ouvir o outro na sua verdade é já aprender a amá-lo como Deus o ama.
Em vez da leitura anterior, pode utilizar-se a seguinte:
LEITURA I At 9, 1-22
Naqueles dias,
Saulo, respirando ainda ameaças de morte
contra os discípulos do Senhor,
foi ter com o sumo sacerdote
e pediu-lhe cartas de recomendação para as sinagogas de Damasco,
a fim de trazer algemados para Jerusalém
quantos seguissem a nova doutrina,
tanto homens como mulheres.
Na viagem, quando estava já próximo de Damasco,
viu-se de repente envolvido numa luz intensa vinda do céu.
Caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia:
«Saulo, Saulo, porque Me persegues?».
Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?».
O Senhor respondeu:
«Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
Mas levanta-te, entra na cidade
e aí te dirão o que deves fazer».
Os companheiros de viagem de Saulo
tinham parado emudecidos;
ouviam a voz, mas não viam ninguém.
Saulo levantou-se do chão,
mas, embora tivesse os olhos abertos, nada via.
Por isso levaram-no pela mão e introduziram-no em Damasco.
Ficou três dias sem vista e sem comer nem beber.
Vivia em Damasco um discípulo chamado Ananias
e o Senhor chamou-o numa visão: «Ananias».
Ele respondeu: «Eis-me aqui, Senhor».
O Senhor disse-lhe:
«Levanta-te e vai à rua chamada Direita
procurar, em casa de Judas,
um homem de Tarso, chamado Saulo, que está a orar».
– Entretanto, Saulo teve uma visão,
em que um homem chamado Ananias
entrava e impunha-lhe as mãos,
para que recuperasse a vista – .
Ananias respondeu:
«Senhor, tenho ouvido contar a muitas pessoas
todo o mal que esse homem fez aos teus fiéis em Jerusalém;
e agora está aqui com plenos poderes dos príncipes dos sacerdotes
para prender todos os que invocam o teu nome».
O Senhor disse-lhe:
«Vai, porque esse homem é o instrumento escolhido por Mim,
para levar o meu nome ao conhecimento dos gentios,
dos reis e dos filhos de Israel.
Eu mesmo lhe mostrarei
quanto ele tem de sofrer pelo meu nome».
Então Ananias partiu, entrou na casa,
impôs as mãos a Saulo e disse-lhe:
«Saulo, meu irmão, quem me envia é o Senhor,
– esse Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas –
a fim de recuperares a vista e ficares cheio do Espírito Santo».
Imediatamente lhe caíram dos olhos uma espécie de escamas
e recuperou a vista.
Então levantou-se, recebeu o batismo
e, tendo tomado alimento, readquiriu as forças.
Saulo passou alguns dias com os discípulos de Damasco
e começou logo a proclamar nas sinagogas
que Jesus era o Filho de Deus.
Todos os que o ouviam ficavam admirados e diziam:
Não é ele que em Jerusalém
perseguia os que invocam este nome?
E não veio aqui para os levar algemados
à presença dos príncipes dos sacerdotes?».
Mas Saulo, cada vez mais fortalecido,
confundia os judeus que habitavam em Damasco,
demonstrando que Jesus era o Messias.
EVANGELHO Mc 16, 15-18
Naquele tempo,
Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes:
«Ide por todo o mundo
e pregai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for batizado será salvo;
mas quem não acreditar será condenado.
Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem:
expulsarão os demónios em meu nome;
falarão novas línguas;
se pegarem em serpentes ou beberem veneno,
não sofrerão nenhum mal;
e quando impuserem as mãos sobre os doentes,
eles ficarão curados».
Compreender a palavra
Todos conhecemos a mudança realizada na vida de Paulo. O encontro com Cristo no caminho de Damasco alterou todos os seus sonhos e projetos, mudou a sua maneira de pensar e de viver. Paulo sentiu na sua vida o mesmo imperativo que os onze sentiram ao ouvir Jesus dizer: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura”. A força destas palavras fez Paulo deixar a túnica, o cajado, o alforge e as sandálias das suas convicções e abraçar o projeto de Jesus abençoando com as mãos e com os lábios no anúncio do evangelho aos gentios.
Meditar a palavra
As palavras de Jesus aos onze, após a ressurreição, são palavras que se tornam presentes em cada tempo e em cada lugar. “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho”. Os apóstolos ouviram e assumiram a missão, Paulo ouviu o mesmo apelo e assumiu a missão e ao longo da história da Igreja muitos homens e mulheres ouviram e assumiram. Hoje é a minha vez de abrir os ouvidos ao chamamento para a missão. Discípulos missionários do evangelho que é boa nova, esperança e salvação para todos os que estão caídos, não podemos fingir que não é connosco, mas abraçar decididamente a missão que vem de Jesus.
Rezar a palavra
Levar o teu evangelho a toda a parte é uma missão arriscada, Senhor. Uma missão quase impossível. Muitos cristãos morrem às mãos daqueles a quem anunciam e muitos sentem a sua vida em perigo por quererem cumprir esta missão. Também eu, Senhor, sinto muitas vezes a dificuldade de falar de ti a todos. Muitas vezes percebo o risco que corro, o escárnio de quem não quer ouvir e os risos de quem não aceita a tua palavra. Dá-me, Senhor a confiança serena para não me deixar envenenar pelo veneno deste mundo que quer calar a tua voz.
Compromisso
Hoje vou rezar por todos aqueles que, como Paulo, se vêm permanentemente em perigo por anunciarem o evangelho. Vou rezar também por aqueles que não querem converter as suas vidas a Cristo.
[Referência: LEITURA ORANTE DA PALAVRA – LECTIO DIVINA FERIAL: <Leitura Orante da Palavra – Lectio Divina Ferial (liturgia.pt)>]

4o degrau da lectio divina: contemplação (contemplatio) – firme propósito de ver a vida com os olhos da fé, com o olhar iluminado pelo Espírito Santo; de tornar-se um novo ser humano: discípulo missionário de Jesus Cristo.
Oração firmadora do propósito de dedicar-se ao discipulado missionário de Jesus Cristo
Clamo-vos, ó Deus Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, e rogo a intercessão da Virgem Maria e de todos os santos e anjos de Deus, para que me ilumineis, inspireis, orienteis e sustenteis de modo que eu veja a vida com os olhos da fé, com o olhar iluminado pelo Espírito Santo, tornando-me passo a passo, dia-a-dia, de acordo com a vossa santa vontade, um discípulo missionário de Jesus Cristo, ciente de que a Leitura Orante da Palavra de Deus se constitui base, estímulo e impulso para fazê-lo da melhor forma possível.
Que eu me empenhe para participar diariamente da Santa Missa (ou, caso não for possível, alternativamente, a assista por meio eletrônico), aproveitando para, antes ou depois depois da Santa Missa, devotar uma hora de adoração ao Santíssimo Sacramento (ou o tempo que for possível). Que eu recite o Santo Rosário e outras orações e devoções pelas quais me sinto particularmente tocado, em especial invocando a iluminação do Espírito Santo, bem como a proteção e orientação dos anjos.
Que eu leia ao menos as sínteses das vidas dos santos de cada dia, ricas em exemplos de prática cristã. Que eu me debruce sobre as leituras escolhidas pela Santa Madre Igreja para serem meditadas nos diversos momentos orantes que compõem a Liturgia das Horas, que consistem em preciosos estímulos para a santificação do dia – e da vida. Que na medida do possível eu recite as orações da Liturgia das Horas em seus respectivos horários e me coloque em silêncio por alguns momentos após elas, em atitude de adoração e profunda intimidade com o Senhor- ou pelo menos as ouça ao longo do dia.
Que eu me impregne profundamente da consciência do magnífico valor dos tesouros disponíveis no caminho cristão, tão rico em alimento espiritual, que podem – e devem – ser desbravados e conquistados pela alma que tem sede de Deus (Sl 41). Que eu passe a usufruí-los, gradual e progressivamente, de acordo com a realidade e as possibilidades, avançando na prática de orações mentais, meditando leituras recomendadas para tal. E que eu me dedique a ampliar o conhecimento da fé , bem como da doutrina cristã autêntica expressa nos documentos da Igreja e na grande diversidade de obras escritas pelos santos e pelos que se empenharam sinceramente para bem servir a Santa Madre Igreja.
Que eu siga o exemplo de profunda caridade de Jesus, de dar a vida pelos irmãos, fazendo do viver uma oblação, um doar-se pelo Reino: na convivência diária no âmbito da família e do trabalho; na vida comunitária – com especial zelo no seguimento das orientações da Santa Madre Igreja quanto a vida sacramental, de acordo com meu estado de vida e as circunstâncias específicas do viver (Batismo, Confirmação, Penitência, Eucaristia, Ordem, Matrimônio e Unção dos Enfermos), buscando também contribuir da melhor forma possível para que muitos usufruam das graças sacramentais. E que eu me engaje frutuosamente em ações concretas para a promoção da vida plena e abundante que Jesus veio trazer a todos, praticando da forma mais elevada possível as virtudes teologais da fé, esperança e caridade, bem como as virtudes cardeais da prudência, justiça, fortaleza e temperança. Amém!
SANTOS DO DIA – EXEMPLOS DE PRÁTICA CRISTÃ
[Fonte: <https://sagradamissao.com.br/2025/01/santos-do-dia-da-igreja-catolica-25-de-janeiro/>]
Santos do Dia da Igreja Católica – 25 de Janeiro
Postado em: por: marsalima
Conversão de São Paulo
O martírio de São Paulo é celebrado junto com o de São Pedro, em 29 de junho, mas sua conversão tem tanta importância para a história da Igreja que merece uma data à parte. Neste dia, no ano 1554, deu-se também a fundação da que seria a maior cidade do Brasil, São Paulo, que ganhou seu nome em homenagem a tão importante acontecimento.
Saulo, seu nome original, nasceu no ano 10 na cidade de Tarso, na Cilícia, atual Turquia. À época era um pólo de desenvolvimento financeiro e comercial, um populoso centro de cultura e diversões mundanas, pouco comum nas províncias romanas do Oriente. Seu pai Eliasar era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim, e, também, um homem forte, instruído, tecelão, comerciante e legionário do imperador Augusto. Pelo mérito de seus serviços recebeu o título de Cidadão Romano, que por tradição era legado aos filhos. Sua mãe uma dona de casa muito ocupada com a formação e educação do filho.
Portanto, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente, estudioso e culto. Aos quinze anos foi para Jerusalém dar continuidade aos estudos de latim, grego e hebraico, na conhecida Escola de Gamaliel, onde recebia séria educação religiosa fundamentada na doutrina dos fariseus, pois seus pais o queriam um grande Rabi, no futuro.
Parece que era mesmo esse o anseio daquele jovem baixo, magro, de nariz aquilino, feições morenas de olhos negros, vivos e expressivos. Saulo já nessa idade se destacava pela oratória fluente e cativante marcada pela voz forte e agradável, ganhando as atenções dos colegas e não passando despercebido ao exigente professor Gamaliel.
Saulo era totalmente contrário ao cristianismo, combatia-o ferozmente, por isso tinha muitos adversários. Foi com ele que Estêvão travou acirrado debate no templo judeu, chamado Sinédrio. Ele tanto clamou contra Estevão que este acabou apedrejado e morto, iniciando-se então uma incansável perseguição aos cristãos, com Saulo à frente com total apoio dos sacerdotes do Sinédrio.
Um dia, às portas da cidade de Damasco, uma luz, descrita nas Sagradas Escrituras como “mais forte e mais brilhante que a luz do Sol”, desceu dos céus, assustando o cavalo e lançando ao chão Saulo , ao mesmo tempo em que ouviu a voz de Jesus pedindo para que parasse de persegui-Lo e aos seus e, ao contrário, se juntasse aos apóstolos que pregavam as revelações de Sua vinda à Terra. Os acompanhantes que também tudo ouviram, mas não viram quem falava, quando a luz desapareceu ajudaram Saulo a levantar pois não conseguia mais enxergar. Saulo foi levado pela mão até a cidade de Damasco, onde recebeu outra “visita” de Jesus que lhe disse que nessa cidade deveria ficar alguns dias pois receberia uma revelação importante. A experiência o transformou profundamente e ele permaneceu em Damasco por três dias sem enxergar, e à seu pedido também sem comer e sem beber.
Depois Saulo teve uma visão com Ananias, um velho e respeitado cristão da cidade, na qual ele o curava. Enquanto no mesmo instante Ananias tinha a mesma visão em sua casa. Compreendendo sua missão, o velho cristão foi ao seu encontro colocando as mãos sobre sua cabeça fez Saulo voltar a enxergar, curando-o. A conversão se deu no mesmo instante pois ele pediu para ser Batizado por Ananias. De Damasco saiu a pregar a palavra de Deus, já com o nome de Paulo, como lhe ordenara Jesus, tornando-se Seu grande apóstolo.
Sua conversão chamou a atenção de vários círculos de cidadãos importantes e Paulo passou a viajar pelo mundo, evangelizando e realizando centenas de conversões. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma. Suas relíquias se encontram na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na Itália, festejada no dia de sua consagração em 18 de novembro.
O Senhor fez de Paulo seu grande apóstolo, o apóstolo dos gentios, isto é, o evangelizador dos pagãos. Ele escreveu 14 cartas, expondo a mensagem de Jesus, que se transformaram numa verdadeira “Teologia do Novo Testamento”. Também é o patrono das Congregações Paulinas que continuam a sua obra de apóstolo, levando a mensagem do Cristianismo a todas as partes do mundo, através dos meios de comunicação.


ESTÍMULOS À SANTIFICAÇÃO DO DIA – E DA VIDA
LEITURAS DAS ORAÇÕES DA LITURGIA DAS HORAS DE 25 DE JANEIRO DE 2025
[Fonte: <https://www.ibreviary.com/m2/breviario.php>]
ORAÇÃO DA HORA TERÇA (NOVE HORAS)
LEITURA BREVE
1 Tim 1, 12-13
Dou graças Àquele que me deu força, Cristo Jesus, Nosso Senhor, que me julgou digno de confiança e me chamou ao seu serviço, a mim que tinha sido blasfemo, perseguidor e violento; mas alcancei misericórdia.
V. Alegrai-vos e exultai, diz o Senhor.
R. Porque os vossos nomes estão escritos no Céu.
ORAÇÃO DA HORA SEXTA (DOZE HORAS)
LEITURA BREVE
1 Tim 1, 14-15
A graça de Nosso Senhor superabundou em mim, com a fé e a caridade que temos em Cristo Jesus. É digna de fé esta palavra e merecedora de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, e eu sou o primeiro deles.
V. Vós Senhor, sois a luz da minha lâmpada,
R. Meu Deus, iluminai as minhas trevas.
ORAÇÃO DA HORA NONA (QUINZE HORAS)
LEITURA BREVE
1 Tim 1, 16
Alcancei misericórdia, para que, em mim primeiramente, Jesus Cristo manifestasse toda a sua magnanimidade, como exemplo para os que hão-de acreditar n’Ele, para a vida eterna.
V. Senhor, glorificarei o vosso nome para sempre,
R. Porque é grande a vossa misericórdia para comigo.
Oração
Senhor Deus, que instruístes o mundo inteiro com a palavra do apóstolo São Paulo, concedei a quantos celebramos hoje a sua conversão a graça de caminharmos para Vós, como ele, dando testemunho da vossa verdade no mundo. Por Nosso Senhor.
V. Bendigamos o Senhor.
R. Graças a Deus.
ORAÇÃO DE VÉSPERAS (FINAL DA TARDE)
LEITURA BREVE
Hbr 13,20-21
O Deus da paz, que ressuscitou dos mortos Aquele que, pelo Sangue de uma Aliança eterna, é o grande Pastor das ovelhas, Nosso Senhor Jesus Cristo, vos torne aptos para cumprir a sua vontade em toda a espécie de boas obras e realize em nós o que Lhe é agradável, por Jesus Cristo, a quem seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amen.
RESPONSÓRIO BREVE
V. Como são grandes, Senhor, as vossas obras.
R. Como são grandes, Senhor, as vossas obras.
V. Tudo fizestes com sabedoria.
R. Como são grandes, Senhor, as vossas obras.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Como são grandes, Senhor, as vossas obras.
ORAÇÃO DE COMPLETAS (ANTES DE DORMIR)
LEITURA BREVE
Deut 6, 4-7
Escuta, Israel. O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. As palavras que hoje te prescrevo ficarão gravadas no teu coração. Hás-de recomendá-las a teus filhos, e nelas meditarás, quer estando sentado em casa quer andando pelos caminhos, quando te deitas e quando te levantas.
RESPONSÓRIO BREVE
V. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
V. Senhor, Deus fiel, meu Salvador.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
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Importante:
* A Liturgia Diária, a porção da Palavra de Deus escolhida para cada dia, consiste em refeição espiritual de escol brindada pela Santa Madre Igreja, preparatória para o alimento divino, a Sagrada Eucaristia. Auguramos que esse estudo orante possa contribuir para potencializar o sustento e o remédio que essas santas palavras são destinadas a proporcionar e que com cada vez maior assiduidade mais irmãos na fé priorizem sorver diariamente as delícias inefáveis da Santa Palavra e da Sagrada Eucaristia. Sugerimos, caso não for possível por alguma razão desfrutar a missa presencialmente, que se o faça ao menos virtualmente, pela televisão ou internet. Também recomendamos escrever na área de busca de sites veiculadores de vídeos na internet as palavras “Homilia diária” e aproveitar os momentos livres do pensamento (inclusive no decorrer da realização de atividades manuais que não requerem intensa concentração – como lavar louça, por exemplo) para ouvir as reflexões de clérigos qualificados para nos ajudar a compreender com cada vez mais profundidade os desígnios divinos. O católico que participar de todas as Missas diárias ou estudar a Liturgia Diária pelo período de três anos, terá estudado toda a Bíblia (exceto partes de algumas passagens que são apresentadas de forma sintetizada, das quais são suprimidos versículos considerados de importância secundária). Essa breve exegese da Liturgia Diária é recomendada para quem busca conhecer com profundidade a Palavra de Deus, para dela se tornar íntimo e colocá-la em prática.
** A Liturgia das Horas é composta por sete momentos orantes rezados pelo fiel ao longo do dia. O primeiro, na madrugada, se chama Ofício das Leituras, composto pela recitação de vários salmos; a primeira leitura (extraída da Bíblia); a segunda leitura (extraída da Sagrada Doutrina) e algumas orações próprias. O segundo, Laudes, se reza no início da manhã, incluindo a recitação de salmos; orações; leitura bíblica breve e inclui também preces. Os momentos orantes do “miolo do dia” (das 09 às 15 horas) chamados “da hora média”, são propostos para serem realizados com brevidade em três etapas: Hora Terça, em torno das 09:00 horas; Hora Sexta, em torno das 12:00 horas; e Hora Nona, em torno das 15:00. São compostos pela recitação de salmos; orações e uma leitura bíblica breve. O sexto momento orante se dá antes do pôr do sol, sendo denominado de Vésperas e inclui também algumas preces, além dos salmos, orações e leitura bíblica breve. O sétimo momento orante denomina-se Completas, sendo realizado antes de dormir, incluindo o exame de consciência, uma breve recitação dos salmos, leitura bíblica breve e orações próprias, sendo bastante conciso. Tais momentos orantes são destinados especialmente à santificação do dia. A Liturgia das Horas serve também como ponto de interseção entre todos os católicos, sendo prescrita em especial para ser recitada por todos os componentes do clero, religiosos, religiosas, diáconos… constituindo-se fundamental para a unidade da fé, prevenindo a queda em heresias (a “escolha” de partes das escrituras e da doutrina e o rechaço de outras). Recomendamos vivamente que todos quantos puderem se dediquem a essa maravilhosa prática e reputamos como mínimo necessário a meditação da segunda leitura do Ofício das Leituras (aqui trazida como leitura complementar, extraída do o site <http://www.ibreviary.com/>), com o que nos tornamos agraciados com os preciosíssimos tesouros da Sagrada Doutrina brindados pelos que cultivaram a fé desde o início da Igreja. Podemos acessar a Liturgia das Horas através de livro próprio, também chamado de Breviário, ou por meio de aplicativos ou sites na internet. O fiel pode ainda digitar na área de busca o nome do momento orante que deseja acompanhar e terá à disposição essa oração com os salmos cantados. Disponibilizamos diariamente nesse estudo orante da Palavra de Deus os textos das leituras de todos os momentos orantes da Liturgia Diária, reputando-os como estímulos para a santificação do dia.
*** Por que ler a vida do Santo do dia?
Você sabe porque é muito importante conhecer e meditar no exemplo de vida do Santo do dia?
É fácil perceber que os homens se influenciam mutuamente no relacionamento social. A criança imita os pais, os gestos de dois amigos tendem a se assemelhar, pois a imitação é conatural aos homens desde a infância, distinguindo-os como a criatura mais imitativa de todas.
Esse mimetismo inato vincado em nossa humanidade se verifica também no âmbito sobrenatural. Conforme frisou Bento XVI, “os Santos constituem o comentário mais importante ao Evangelho, uma atualização sua na vida cotidiana e, por conseguinte, representam para nós um verdadeiro caminho de acesso a Jesus”.(1) Podemos, sem dúvida, considerá-los como imagem de Deus transposta para o dia a dia.
O conceito de imitação de Cristo – diretamente ou através do Santo do Dia – está presente nos Livros Sagrados, sobretudo nas cartas de São Paulo, como a destinada aos filipenses: “Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós” (3, 17).
São Francisco de Assis estava bem cônscio de seu papel simbólico quando dizia: “Devo ser modelo e exemplo para todos os frades”. (2)
Para o homem contemporâneo essas analogias entre Cristo e os Santos poderiam parecer despropositadas ou mesmo maldosamente tachadas de “culto à personalidade”.
Por isso, é fundamental ler a história do Santo do Dia para que conhecendo o exemplo deles e admirando-os, aprendamos como adequar nossas vidas à santidade que Deus quer de nós.
**** Leitura Orante da Palavra (Lectio divina)
Fonte: <https://www.ivcpoa.com.br/leitura-orante-da-palavra>
a) Como surgiu?
No século XII, o monge Guigo II estava trabalhando no mosteiro com uma escada na mão. Enquanto isso, pedia a Deus que lhe sugerisse um instrumento que o ajudasse a subir até ele. Sobre isso, ele escreveu: “Ocupado em um trabalho manual, comecei a pensar na atividade espiritual do ser humano e se apresentaram improvisadamente à minha reflexão quatro degraus espirituais, ou seja: 1) a leitura; 2) a meditação; 3) a oração; e 4) a contemplação”. Esta é a escada que se eleva da terra ao céu. Alguns chamam esse método de rezar de Lectio divina, isto é, leitura divina.
b) Os passos da Leitura Orante: 1) leitura; 2) meditação; 3) oração; e 4) contemplação.
1) Leitura: no primeiro momento, procure acolher a Bíblia não como um livro qualquer, mas como um tesouro que é a Palavra que Deus quer nos falar. Esforce-se para captar o sentido do texto do modo mais pleno possível. Para isso, podem ajudar algumas perguntas: • Quem? O que diz e o que faz cada personagem? • Onde? Como se situa este texto na Bíblia e em que contexto? • Que relação tem com outros textos? • Em síntese, o que diz o texto?
2) Meditação: A meditação vai responder à pergunta: “O que é que Deus, através deste texto, tem a nos dizer hoje?”. É muito importante perceber o que o texto diz para mim, não somente para os outros. Algumas vezes, as pessoas procuram no texto bíblico lições para ensinar aos outros. Aqui é diferente: o texto fala diretamente com o leitor, seja pessoalmente, seja comunitariamente. Entra-se em diálogo, facilitado por algumas perguntas, como: O que há de semelhante e de diferente entre a situação do texto e a nossa de hoje? O que a mensagem deste texto diz para a nossa situação? Que mudanças de comportamento nos sugere? Pode-se perceber o quanto as ideias de Deus são diferentes das nossas e a necessidade de deixar que a Palavra de Deus transforme as nossas convicções. Muitas vezes, é preciso mudar de mentalidade para aderir à vontade de Deus.
3) Oração: É o momento de expressar o que o texto nos faz dizer a Deus. A oração é a nossa resposta à Palavra de Deus lida e meditada. A oração provocada pela meditação inicia-se com uma atitude de admiração, silêncio e adoração ao Senhor. A oração suscitada pela meditação também pode ser recitação de preces e salmos. Dependendo do que se ouviu da parte de Deus, a resposta pode ser de louvor ou de ação de graças, de súplica ou de perdão. É importante que essa oração espontânea não seja só individual, mas tenha sua expressão comunitária em forma de partilha.
4) Contemplação: enxergar, saborear, agir. A contemplação ajuda a enxergar o mundo de maneira nova. Tira o véu e ajuda a descobrir o projeto de Deus na história que hoje vivemos. Leva-nos a perceber Cristo como centro de tudo. Pela Leitura Orante, vamos crescendo na compreensão do sentido e da força da Palavra de Deus, vamos sendo transformados e nos tornando capazes de transformar a realidade. Contemplar supõe viver de modo diferente. O centro da pessoa está em Cristo. A pessoa é transformada pela Palavra de Deus, por isso contempla a presença de Deus em sua vida e adquire um novo olhar sobre a realidade.
Leitura Orante na Prática
O monge que criou o método sugere a ideia de uma escada que nos ajude a subir até Deus. Vamos analisar os quatro degraus que devemos subir.

1º Degrau – Leitura (Lectio): O que o texto diz?
1. Leia lentamente o texto, ao menos duas vezes.
2. Ainda não é hora de tentar tirar uma mensagem para sua vida. Apenas tente compreender o que o texto poderia significar na época em que foi escrito.
3. Tente reconstruir o texto: Quem são as pessoas que aparecem no texto e qual é a situação de cada uma? De acordo com o texto, qual é o papel de cada uma e quais seriam seus sentimentos? Aparece algum conflito no texto? Como é resolvido? Qual é o rosto de Deus no texto?

2º Degrau – Meditação (Meditatio): O que o texto me diz?
1. Destaque os versículos que foram mais fortes para você (sem tentar interpretá-los).
2. Atualize o texto comparando a situação da época com a situação atual e procure perceber o que tudo isso tem a ver com a sua/nossa vida de cristão.

3º Degrau – Oração (Oratio): O que o texto me faz dizer a Deus?
1. Tudo o que foi lido e meditado é transformado em uma conversa orante com Deus.
2. A oração é o instante no qual se é convidado a falar com Deus através do louvor, do agradecimento, do pedido, da súplica, do oferecimento, do perdão dirigido a ele: “Senhor, eu te peço… Eu te louvo e agradeço meu Deus…”. Dialogar diretamente com Deus: tenha “um trato de amizade com aquele que nos ama” (Santa Teresa). É necessário silêncio…

4º Degrau – Contemplação (Contemplatio)
Contemplar é ver a vida com os olhos da fé. É sentir, quase intuitivamente, a presença da Santíssima Trindade ao nosso lado. Esse passo está ligado ao anterior; às vezes, não percebemos quando termina um e começa o outro. Volte-se para a sua realidade (ao seu dia a dia) e veja sua vida com o olhar iluminado pelo Espírito Santo. Não se trata de pensar “o que fazer”, mas de como irá seguir Jesus a partir desse texto? É a primazia do ser sobre o fazer. Este último será o resultado de um novo ser humano: discípulo missionário de Jesus Cristo.
Atenção! Este método é fascinante, mas exigente. Não supõe saber ou ter grandes estudos, mas requer dedicação e escuta atenta à Palavra de Deus. Se alguém ler o texto bíblico sem seguir o método orante, dificilmente entenderá os quatro degraus. Há alguns que dizem que é muito difícil seguir este processo, certamente porque querem resultados imediatos e não dão tempo para escutar o Senhor. Para seguir este método, é preciso muita humildade e deixar o Senhor falar. É preciso se livrar de conceitos prontos sobre o texto lido. Evite-se, igualmente, logo tirar uma mensagem para pôr em prática. Essa aplicabilidade da Palavra depende de uma escuta mais atenta, pois nem sempre o Senhor pede que se faça algo, mas solicita uma mudança em nosso ser – a nossa conversão.