DOMINGO V DO TEMPO COMUM (Ano C)
Saudação
– Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
– Amém.
– A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.
– Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

Oração firmadora do propósito de plenificar o viver com os tesouros brindados pela Santa Madre Igreja
Ó Deus Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, obrigado por mais este dia. Iluminai-me, inspirai-me, orientai-me e sustentai-me para que eu siga no caminho cristão, usufruindo da melhor forma possível os maravilhosos tesouros brindados pela Santa Madre Igreja disponibilizados neste “buffet espiritual” – em meio à realização dos deveres da vocação a que fui chamado, de meu estado de vida. Que eu possa me enriquecer espiritualmente com os estímulos à santificação do dia e da vida em que consistem as orações matinais da Liturgia das Horas (“Invitatório”, “Ofício das Leituras” e “Laudes”); a Santa Missa; as Meditações da Palavra do Senhor e o estudo do Catecismo da Igreja Católica; o néctar espiritual potencializador da prática cristã na sessão IMPULSIONAMENTO AO ESTUDO ORANTE DA LITURGIA DIÁRIA (LECTIO DIVINA) – fundamental para o sustento, remédio e fortalecimento espiritual; os EXEMPLOS DE PRÁTICA CRISTÃ (síntese das inspiradoras histórias de vida dos santos do dia) e os ESTÍMULOS À SANTIFICAÇÃO DO DIA E DA VIDA (em que também consistem as demais orações da Liturgia das Horas). Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé! Amém!
OFÍCIO DAS LEITURAS (NA MADRUGADA)
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PRIMEIRA LEITURA
Início da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas 1, 1-12
O Evangelho de S. Paulo
Paulo, apóstolo, não da parte dos homens, nem por intermédio de um homem, mas por mandato de Jesus Cristo e de Deus Pai, que O ressuscitou dos mortos, e todos os irmãos que estão comigo, às Igrejas da Galácia: A graça e a paz vos sejam dadas da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, que Se entregou a Si mesmo pelos nossos pecados, a fim de nos arrancar à perversidade deste mundo presente e maligno, segundo a vontade de Deus, nosso Pai, ao qual seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amen.
Surpreende-me que tão depressa tenhais abandonado Aquele que vos chamou pela graça de Cristo, para passar a outro evangelho.Não que haja outro evangelho; mas há pessoas que vos perturbam e pretendem mudar o Evangelho de Cristo. Mas se alguém – ainda que fosse eu próprio ou um Anjo do Céu – vos anunciar um evangelho diferente daquele que nós recebestes, seja anátema. Já o dissemos, mas repito uma vez mais: Se alguém vos anunciar um evangelho diferente daquele que recebestes, seja anátema.
Estarei eu agora a captar o favor dos homens ou o de Deus? Acaso procuro agradar aos homens? Se eu ainda pretendesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo. Eu vos declaro, irmãos: O Evangelho anunciado por mim não é de inspiração humana, porque não o recebi ou aprendi de nenhum homem, mas por uma revelação de Jesus Cristo.
RESPONSÓRIO Gal 1, 3-4a.10c
R. A graça e a paz vos sejam dadas da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, * Que Se entregou pelos nossos pecados.
V. Se eu quisesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo. * Que Se entregou pelos nossos pecados.
SEGUNDA LEITURA
Do comentário de Santo Agostinho, bispo, sobre a Epístola aos Gálatas
(Prefatio: PL 35, 2105-2107) (Sec. V)
Compreender a graça de Deus
A intenção principal do Apóstolo, ao escrever a Epístola aos Gálatas, é esta: fazê-los compreender que a graça de Deus os libertara do jugo da Lei. Com efeito, depois de lhes ter sido anunciada a graça do Evangelho, não faltaram alguns, provenientes da circuncisão, que, embora cristãos de nome, não tinham compreendido ainda o dom da graça e por isso queriam continuar sujeitos à Lei. Ora o Senhor tinha imposto essa lei aos que estavam ao serviço do pecado e não da justiça; era uma lei justa em si mesma, dada por Deus a homens injustos, não para tirar os pecados, mas para os pôr de manifesto, porque só pode tirar o pecado a graça da fé, que actua pela caridade. Aqueles convertidos do judaísmo, porém, pretendiam que os gálatas, já beneficiários deste dom da graça, deviam submeter-se ao jugo da Lei, alegando que de nada lhes serviria o Evangelho, se não aceitassem a circuncisão e as outras observâncias da religião judaica.
Por esta razão, começaram a levantar suspeitas sobre o apóstolo Paulo, que pregara o Evangelho aos gálatas, acusando-o de não seguir a doutrina dos outros Apóstolos, que obrigavam os gentios às práticas judaicas. O apóstolo Pedro tinha cedido ao escândalo de tais homens, chegando a simular que também pensava ser inútil o Evangelho para os gentios que não cumprissem os preceitos da Lei; desta simulação o demoveu o próprio apóstolo Paulo, como se lê nesta epístola. O mesmo problema aparece também na Epístola aos Romanos. Mas parece que há uma diferença entre uma e outra: na Epístola aos Romanos, não tem dificuldade em solucionar a contenda e resolver a questão entre os fiéis que vinham dos judeus e os que vinham dos gentios; mas nesta Epístola aos Gálatas, escreve àqueles que já se tinham deixado perturbar pela autoridade dos que vinham do judaísmo e que os obrigavam a observar a Lei. Influenciados por eles, começaram a acreditar que a pregação do apóstolo Paulo não era autêntica, porque não queria que se circuncidassem. É por isso que ele começa assim a carta: Surpreende-me que tão depressa tenhais abandonado Aquele que vos chamou pela graça de Cristo, para passar a outro evangelho.
Com este exórdio, delineou em poucas palavras o estado da questão. Mas já na própria saudação inicial, quando afirma que é apóstolo, não da parte dos homens, nem por mediação dos homens – afirmação que não se encontra em nenhuma outra epístola – dá claramente a entender que tais insinuadores não falavam da parte de Deus, mas dos homens, e que, no que se referia à autoridade do testemunho evangélico, era tão após-tolo como os outros, porque sabia muito bem que a sua missão apostólica não vinha dos homens nem por mediação dos homens, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai.
RESPONSÓRIO Gal 3, 24-25.23
R. A Lei serviu-nos de guia até à vinda de Cristo, para sermos então justificados pela fé. * Mas depois que veio a fé, já não estamos sob o domínio desse guia.
V. Antes que viesse a fé, estávamos sob a protecção da Lei, prisioneiros dela na expectativa da fé que havia de ser revelada. * Mas depois que veio a fé, já não estamos sob o domínio desse guia.
Hino Te Deum
Nós Vos louvamos, ó Deus, *
nós Vos bendizemos, Senhor.
Toda a terra Vos adora, *
Pai eterno e omnipotente.
Os Anjos, os Céus e todas as Potestades, *
os Querubins e os Serafins Vos aclamam sem cessar:
Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo, *
o céu e a terra proclamam a vossa glória.
O coro glorioso dos Apóstolos, *
a falange venerável dos Profetas,
o exército resplandecente dos Mártires *
cantam os vossos louvores.
A santa Igreja anuncia por toda a terra *
a glória do vosso nome:
Deus de infinita majestade, *
Pai, Filho e Espírito Santo.
Senhor Jesus Cristo, Rei da glória, *
Filho do Eterno Pai,
para salvar o homem, tomastes a condição humana *
no seio da Virgem Maria.
Vós despedaçastes as cadeias da morte *
e abristes as portas do Céu.
Vós estais sentado à direita de Deus, na glória do Pai, *
e de novo haveis de vir para julgar os vivos e os mortos.
Socorrei os vossos servos, Senhor, *
que remistes com o vosso Sangue precioso;
e recebei-os na luz da glória, *
na assembleia dos vossos Santos.
Salvai o vosso povo, Senhor, *
e abençoai a vossa herança;
sede o seu pastor e guia através dos tempos *
e conduzi-os às fontes da vida eterna.
Nós Vos bendiremos todos os dias da nossa vida *
e louvaremos para sempre o vosso nome.
Dignai-Vos, Senhor, neste dia, livrar-nos do pecado.
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Desça sobre nós a vossa misericórdia, *
porque em Vós esperamos.
Em Vós espero, meu Deus, *
não serei confundido eternamente.
LAUDES (INÍCIO DA MANHÃ)
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LEITURA BREVE
Ap 7, 10b.12
Louvor ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro. A bênção, a glória, a sabedoria, a acção de graças, a honra, o poder e a força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amen.
RESPONSÓRIO BREVE
V. Cristo, Filho de Deus vivo, tende piedade de nós.
R. Cristo, Filho de Deus vivo, tende piedade de nós.
V. Vós que estais sentado à direita do Pai.
R. Tende piedade de nós.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Cristo, Filho de Deus vivo, tende piedade de nós.
SANTA MISSA
MEDITAÇÃO DA PALAVRA DO SENHOR – EVANGELHO DO DIA MEDITADO PELO PADRE JOÃO CARLOS
MEDITAÇÃO DA PALAVRA DO SENHOR – REFLEXÃO POTENCIALIZADORA DA TÊMPERA CATÓLICA NA ORAÇÃO DA MANHÃ DE DOM ADAIR JOSÉ GUIMARÃES
MEDITAÇÃO DA PALAVRA DO SENHOR – LEITURA COMENTADA DE UM CAPÍTULO DAS SAGRADAS ESCRITURAS COM A IRMÃ ZÉLIA
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA – OUÇA TODOS OS DIAS E TERMINE EM UM ANO
IMPULSIONAMENTO AO ESTUDO ORANTE DA LITURGIA DIÁRIA (LECTIO DIVINA)
Liturgia diária

Invocação de busca do reto entendimento
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor! Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra! Oremos: ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação! Por Cristo, Senhor nosso! Amém!

1o degrau da lectio divina: leitura (lectio) para compreensão do que o texto diz; 2o degrau da lectio divina: meditação (meditatio) a respeito do que o texto orienta a fazer; 3o degrau da lectio divina: oração (oratio) de compromisso com que o texto faz dizer a Deus.



[Fonte: <https://aliturgia.com/domingo-v-do-tempo-comum-ano-c/>]
DOMINGO V DO TEMPO COMUM (Ano C)
LEITURA I Is 6, 1-2a.3-8
No ano em que morreu Ozias, rei de Judá,
vi o Senhor, sentado num trono alto e sublime;
a fímbria do seu manto enchia o templo.
À sua volta estavam serafins de pé,
que tinham seis asas cada um
e clamavam alternadamente, dizendo:
«Santo, santo, santo é o Senhor do Universo.
A sua glória enche toda a terra!».
Com estes brados as portas oscilavam nos seus gonzos
e o templo enchia-se de fumo.
Então exclamei:
«Ai de mim, que estou perdido,
porque sou um homem de lábios impuros,
moro no meio de um povo de lábios impuros
e os meus olhos viram o Rei, Senhor do Universo».
Um dos serafins voou ao meu encontro,
tendo na mão um carvão ardente
que tirara do altar com uma tenaz.
Tocou-me com ele na boca e disse-me:
«Isto tocou os teus lábios:
desapareceu o teu pecado, foi perdoada a tua culpa».
Ouvi então a voz do Senhor, que dizia:
«Quem enviarei? Quem irá por nós?».
Eu respondi:
«Eis-me aqui: podeis enviar-me».
Numa visão, Isaías vê um pouco da glória de Deus, porque a Deus ninguém pode vê-lo, mas o pouco que vê é suficiente para reconhecer que Deus é três vezes santo, enquanto ele é pecador. Curiosamente, o reconhecimento do seu estado de impureza não o destrói, mas liberta-o. Uma brasa vinda do céu, toca-o e ele fica purificado. Agora, já pode ser mensageiro de Deus e, por isso, afirma “Eis-me aqui: podeis enviar-me”.
Salmo 137 (138), 1-2a.2bc-3.4-5.7c-8 (R. 1c)
O salmista sente-se protegido por Deus, por isso canta, louva e adora, reconhecendo a fidelidade e a bondade de Deus para com ele. Sabe que Deus olha para os humildes e estende a mão para o salvar. O que Deus fez na sua vida revela que irá estar sempre presente e a sua ação irá mais longe do que a sua promessa, por isso confia que Deus nunca o abandonará.
LEITURA II – Forma longa 1 Cor 15, 1-11
Recordo-vos, irmãos, o Evangelho
que vos anunciei e que recebestes,
no qual permaneceis e pelo qual sereis salvos,
se o conservais como eu vo-lo anunciei;
aliás teríeis abraçado a fé em vão.
Transmiti-vos em primeiro lugar o que eu mesmo recebi:
Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras;
foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras,
e apareceu a Pedro e depois aos Doze.
Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez,
dos quais a maior parte ainda vive,
enquanto alguns já faleceram.
Posteriormente apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos.
Em último lugar, apareceu-me também a mim,
como o abortivo.
Porque eu sou o menor dos Apóstolos
e não sou digno de ser chamado Apóstolo,
por ter perseguido a Igreja de Deus.
Mas pela graça de Deus sou aquilo que sou,
e a graça que Ele me deu não foi inútil.
Pelo contrário, tenho trabalhado mais que todos eles,
não eu, mas a graça de Deus, que está comigo.
Por conseguinte, tanto eu como eles,
é assim que pregamos;
e foi assim que vós acreditastes.
Paulo reconhece que foi pela graça de Deus que se tornou um apóstolo. Ele era um perseguidor da Igreja, mas Jesus apareceu-lhe ressuscitado como fizera a Pedro e a muitos outros e, desde esse dia, tornou-se anunciador do mesmo evangelho que o salvou.
EVANGELHO Lc 5, 1-11
Naquele tempo,
estava a multidão aglomerada em volta de Jesus,
para ouvir a palavra de Deus.
Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré
e viu dois barcos estacionados no lago.
Os pescadores tinham deixado os barcos
e estavam a lavar as redes.
Jesus subiu para um barco, que era de Simão,
e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra.
Depois sentou-Se
e do barco pôs-Se a ensinar a multidão.
Quando acabou de falar, disse a Simão:
«Faz-te ao largo
e lançai as redes para a pesca».
Respondeu-Lhe Simão:
«Mestre, andámos na faina toda a noite
e não apanhámos nada.
Mas, já que o dizes, lançarei as redes».
Eles assim fizeram
e apanharam tão grande quantidade de peixes
que as redes começavam a romper-se.
Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco,
para os virem ajudar;
eles vieram e encheram ambos os barcos,
de tal modo que quase se afundavam.
Ao ver o sucedido,
Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe:
«Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador».
Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele
e de todos os seus companheiros,
por causa da pesca realizada.
Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu,
que eram companheiros de Simão.
Jesus disse a Simão:
«Não temas.
Daqui em diante serás pescador de homens».
Tendo conduzido os barcos para terra,
eles deixaram tudo e seguiram Jesus.
Lucas coloca Pedro diante de Jesus numa relação semelhante à de Isaías diante de Deus. Perante a pesca abundante, Pedro prostra-se diante de Jesus e reconhece-se pecador e indigno de estar na sua presença. É Jesus quem estende a mão para Pedro e o convida a confiar que o perdão fará dele pescador de homens.
Reflexão da Palavra
A primeira leitura situa-nos em Jerusalém, no ano 740 a.C., ano em que morreu Ozias, rei de Judá, no momento em que Isaías faz a experiência do chamamento vocacional para a missão profética. Isaías está no templo quando tem uma visão “vi o Senhor”. Que vê Isaías? Vê a glória de Deus, uma vez que a Deus ninguém pode ver e continuar a viver, como Deus disse a Moisés (Ex 33,20).
O que Isaías vê é suficiente para reconhecer que Deus é Três vezes Santo, “Santo, santo, santo é o Senhor do Universo” e ele é “um homem de lábios impuros” que vive “no meio de um povo de lábios impuros”. Sente-se perdido porque julga ter visto a Deus e, na sua condição de pecador, não pode sair dali vivo, porque é indigno de contemplar o que os seus olhos contemplam.
A visão de Isaías mostra Deus em toda a sua glória e poder, “sentado num trono alto e sublime”, a sua presença “enchia o templo”, a voz dos serafins é como a voz do trovão que faz tremer o lugar em que se encontram, “as portas oscilavam nos seus gonzos”. Esta descrição faz lembrar o encontro de Moisés com Deus no cimo do monte Sinai.
Perante esta manifestação divina e sentindo-se perdido, grita “ai de mim”. Ele crê não sair dali vivo porque há entre ele e Deus uma distância intransponível que não permite o encontro entre eles. No entanto, se ao homem é impossível, para Deus não. Deus vem ao encontro do homem ultrapassando o abismo que os separa. “Um dos serafins voou ao meu encontro, tendo na mão um carvão ardente que tirara do altar com uma tenaz”. É este gesto de Deus em direção ao homem que transforma a distância em proximidade, transforma a impureza em santidade, “isto tocou os teus lábios: desapareceu o teu pecado, foi perdoada a tua culpa”.
Quebrada a distância, removido o impedimento, Isaías pode responder ao chamamento e aceitar a missão, por isso, à pergunta de Deus: “Quem enviarei? Quem irá por nós?”, Isaías responde “Eis-me aqui: podeis enviar-me”, tornando-se a voz de Deus no meio do seu povo.
Esta experiência marca toda a missão de Isaías ao ponto de, quando se refere a Deus, dizer sempre “o Santo de Israel”.
O salmo 138 é uma ação de graças na qual o autor reconhece tudo quanto o Senhor fez por ele, compromete-se a louvá-lo diante dos povos e confia que todos os reis louvem o Senhor “pois grande é a sua glória”.
O Salmista agradece ao Senhor “pela tua bondade e pela tua fidelidade”, porque o atendeu e “aumentastes as forças da minha alma”, porque apesar de ser “excelso” o Senhor “repara no humilde”, “conservas-me a vida” e “a tua mão direita me salva”, o Senhor “tudo fará por mim” e o “teu amor é eterno”.
O Senhor é razão de confiança para o salmista mas a sua ação destina-se a todos os povos, pois, todos os que “ouvirem a palavra da tua boca” louvarão o Senhor e celebrarão os seus caminhos. Todos são obra das mãos de Deus, ele repara em todos, até nos humildes e na sua glória não abandona a obra das suas mãos.
Continua a ser lida a primeira carta aos coríntios. No texto deste domingo Paulo recorda que o Evangelho que ele anuncia lhe foi transmitido por outros, que o receberam em primeira mão. E recorda o núcleo central desse evangelho “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”.
O evangelho que os coríntios receberam, no qual acreditaram e no qual serão salvos não é uma invenção de Paulo, foi-lhe anunciado e fala de um encontro com Cristo ressuscitado. Aquele que esteve morto, ressuscitou e apareceu, primeiro “a Pedro e depois aos Doze. Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maior parte ainda vive, enquanto alguns já faleceram. Posteriormente apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos. Em último lugar, apareceu-me também a mim”.
Como Isaías, Paulo também sente que aquele encontro com Jesus ressuscitado foi um encontro com a sua própria indignidade “eu sou o menor dos Apóstolos e não sou digno de ser chamado Apóstolo, por ter perseguido a Igreja de Deus”, mas Jesus, com quem ele se encontrou, fez dele um apóstolo “pela graça de Deus sou aquilo que sou”. Esta graça transformou-o de tal modo que ele pode afirmar que “a graça que Ele me deu não foi inútil”, pelo contrário, moveu-o a trabalhar pelo evangelho, de modo que “tenho trabalhado mais que todos eles, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo”. A fé dos coríntios é fruto deste trabalho de Paulo.
O Evangelho é a manifestação da vontade salvífica de Deus em Jesus. Nele cumpre-se todo o plano de salvação de Deus para a humanidade. Um plano que é realização da esperança latente no coração de todos os crentes. Por isso Paulo fala do cumprimento das escrituras ao terceiro dia, o dia da concretização da esperança, o dia em que Deus se manifesta em favor dos homens. “Segundo as Escrituras” morreu e “segundo as Escrituras” ressuscitou.
Todo aquele que acreditar no evangelho, acredita no perdão de Deus que transformou Paulo em verdadeiro apóstolo e tem o poder de transformar e salvar todo aquele que acredita como ele.
Pedro vive no barco uma experiência semelhante à experiência que Isaías viveu no templo de Jerusalém. Jesus encontra Pedro no seu barco de pesca num dia em que ele experimenta o fracasso. Tinha andado a noite toda à pesca e não conseguira que as redes apanhassem qualquer peixe, “andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada”. É aí, na barca e no fracasso do pescador que se revela o poder de Jesus. Esta não é a primeira vez que Jesus se encontra com Pedro, pois já tinha ido a sua casa onde curou a sogra que se encontrava doente.
Aceitando o desafio de Jesus, Pedro lança as redes contra toda a esperança “já que o dizes, lançarei as redes” e vê acontecer o inesperado, “apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se”.
Aquela pesca milagrosa faz Pedro entender que não está apenas diante de um homem que tem palavras de sabedoria que agradam ao ouvido, mas diante de Deus em quem vale a pena confiar. E diante do mistério de Deus feito homem, prostra-se reconhecendo-se pecador e indigno de estar na sua presença, por isso diz, “afasta-Te de mim, que sou um homem pecador”
Ao reconhecer-se pecador, Pedro, deixa espaço para que Jesus atue como Deus na sua vida e o torne capaz de se lançar numa aventura maior, sem medo do fracasso, ser pescador de homens. A resposta de Jesus é clara, “não temas”. Tudo o que vai acontecer daí em diante não é ação dos homens mas plano de Deus “daqui em diante serás pescador de homens”. Aquele que tirava peixes do mar permitindo que morressem, vai a partir de agora tirar homens do mar, onde habitam os demónios que trazem a morte, para os salvar mediante o anúncio da Palavra de Jesus. Por isso, “deixaram tudo e seguiram Jesus”.
Meditação da Palavra
A palavra deste domingo representa um desafio a acreditar que Deus não nos larga da sua mão nem deixa por terminar o que iniciou em nós, a obra das suas mãos.
De facto, ao escutar a vocação de Isaías, de Pedro e de Paulo percebe-se que, na vida deles, o mais importante é realizado por Deus e não pelos homens. Desde logo, a iniciativa é de Deus. É Ele quem se revela a Isaías numa visão, mostrando-se em toda a sua santidade e enchendo o templo com a sua glória. É Jesus quem sobe para a barca de Simão-Pedro, para falar à multidão e o desafia a contemplar o poder de Deus obedecendo à sua ordem de fazer-se ao largo e lançar as redes para a pesca. Foi Jesus quem se atravessou no caminho de Damasco insistindo com Paulo a reconhecê-lo naqueles que ele perseguia.
A ação de Deus realiza-se num momento particularmente difícil e pouco feliz das suas vidas. Isaías vive a morte prematura do rei Osias e experimenta a insegurança própria de um tempo politicamente conturbado, ao mesmo tempo que sabe ser pecador, “sou um homem de lábios impuros, moro no meio de um povo de lábios impuros”. Pedro não é propriamente um exemplo, ele próprio se reconhece pecador e indigno de estar no mesmo barco com Jesus “afasta-te de mim, que sou um homem pecador” e Paulo é um perseguidor da Igreja de Jesus Cristo, sendo indigno de ser apóstolo, como ele próprio reconhece “sou o menor dos Apóstolos e não sou digno de ser chamado Apóstolo, por ter perseguido a Igreja de Deus”.
A todos eles o Senhor transforma pela sua ação. A Isaías toca-o com a brasa que purifica e não queima, a Pedro o Senhor diz “não temas” e a Paulo transformou-o pela sua graça.
Todos eles foram envolvidos pelo mistério de Deus e chamados a comprometerem-se com o seu projeto de salvação. Pela graça de Deus começou neles uma obra de salvação destinada a todos os homens. Uma obra que Deus mesmo completa através deles e apesar deles e das suas fragilidades.
Isaías sente-se chamado a ir em nome de Deus, e responde “eis-me aqui: podeis enviar-me”. Pedro e os seus companheiros, de acordo com o final do Evangelho, “deixaram tudo e seguiram Jesus” e Paulo tornou-se apóstolo, o menor dos apóstolos, “trabalhado mais que todos eles, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo”. Na disponibilidade e no compromisso permitiram que Deus completasse neles o que pela sua graça começou.
Compreendemos que o nosso pecado, as fragilidades da nossa vida e das nossas decisões, não são impedimento para responder a Deus, nem para entrar no seu plano de salvação para a humanidade, assumindo um compromisso de ir em seu nome, anunciar o seu evangelho, ser lugar da sua presença e pedra viva da sua Igreja.
Será a confiança em Deus, na sua graça, no seu poder e na sua glória, que fará de nós instrumentos fiéis através dos quais a mesma graça se manifesta a todos os homens da terra.
Como Isaías, como Pedro e Paulo, também nós fomos tocados no Batismo pela graça de Deus para vivemos em santidade. Revestidos da graça começou em nós uma obra que se completa pela ação de Deus, na liberdade de dizermos “podeis enviar-me”. Inseridos na barca de Pedro somos chamados a colocar a vida toda ao serviço da missão de Jesus, como pescadores de homens. Confiados naquele que nos tocou podemos ir mais longe do que todos os outros, no anúncio do evangelho.
Rezar a Palavra
Completa em mim, Senhor, o que começaste no meu batismo. Vence em mim o medo que a minha pequenez provoca quando estou diante de ti, diante da vida e diante dos outros. Que a tua glória preencha todo o meu espaço interior e me fortaleça para a missão de pescar homens para o reino de Deus Pai.
Compromisso semanal
Dou graças a Deus porque continua a confiar em mim e a conceder-me a sua graça, apesar das minhas fraquezas.
[Referência: LEITURA ORANTE DA PALAVRA – LECTIO DIVINA FERIAL: <Leitura Orante da Palavra – Lectio Divina Ferial (liturgia.pt)>]

4o degrau da lectio divina: contemplação (contemplatio) – firme propósito de ver a vida com os olhos da fé, com o olhar iluminado pelo Espírito Santo; de tornar-se um novo ser humano: discípulo missionário de Jesus Cristo.
Oração firmadora do propósito de dedicar-se ao discipulado missionário de Jesus Cristo
Clamo-vos, ó Deus Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, e rogo a intercessão da Virgem Maria e de todos os santos e anjos de Deus, para que me ilumineis, inspireis, orienteis e sustenteis de modo que eu veja a vida com os olhos da fé, com o olhar iluminado pelo Espírito Santo, tornando-me passo a passo, dia-a-dia, de acordo com a vossa santa vontade, um discípulo missionário de Jesus Cristo, ciente de que a Leitura Orante da Palavra de Deus se constitui base, estímulo e impulso para fazê-lo da melhor forma possível.
Que eu me empenhe para participar diariamente da Santa Missa (ou, caso não for possível, alternativamente, a assista por meio eletrônico), aproveitando para, antes ou depois depois da Santa Missa, devotar uma hora de adoração ao Santíssimo Sacramento (ou o tempo que for possível). Que eu recite o Santo Rosário e outras orações e devoções pelas quais me sinto particularmente tocado, em especial invocando a iluminação do Espírito Santo, bem como a proteção e orientação dos anjos.
Que eu leia ao menos as sínteses das vidas dos santos de cada dia, ricas em exemplos de prática cristã. Que eu me debruce sobre as leituras escolhidas pela Santa Madre Igreja para serem meditadas nos diversos momentos orantes que compõem a Liturgia das Horas, que consistem em preciosos estímulos para a santificação do dia – e da vida. Que na medida do possível eu recite as orações da Liturgia das Horas em seus respectivos horários e me coloque em silêncio por alguns momentos após elas, em atitude de adoração e profunda intimidade com o Senhor- ou pelo menos as ouça ao longo do dia.
Que eu me impregne profundamente da consciência do magnífico valor dos tesouros disponíveis no caminho cristão, tão rico em alimento espiritual, que podem – e devem – ser desbravados e conquistados pela alma que tem sede de Deus (Sl 41). Que eu passe a usufruí-los, gradual e progressivamente, de acordo com a realidade e as possibilidades, avançando na prática de orações mentais, meditando leituras recomendadas para tal. E que eu me dedique a ampliar o conhecimento da fé , bem como da doutrina cristã autêntica expressa nos documentos da Igreja e na grande diversidade de obras escritas pelos santos e pelos que se empenharam sinceramente para bem servir a Santa Madre Igreja.
Que eu siga o exemplo de profunda caridade de Jesus, de dar a vida pelos irmãos, fazendo do viver uma oblação, um doar-se pelo Reino: na convivência diária no âmbito da família e do trabalho; na vida comunitária – com especial zelo no seguimento das orientações da Santa Madre Igreja quanto a vida sacramental (Batismo, Confirmação, Penitência, Eucaristia, Ordem, Matrimônio e Unção dos Enfermos), de acordo com meu estado de vida e as circunstâncias específicas do viver, buscando também contribuir da melhor forma possível para que muitos usufruam das graças sacramentais. E que eu me engaje frutuosamente em ações concretas para a promoção da vida plena e abundante que Jesus veio trazer a todos, praticando da forma mais elevada possível as virtudes teologais da fé, esperança e caridade, bem como as virtudes cardeais da prudência, justiça, fortaleza e temperança. Amém!
SANTOS DO DIA – EXEMPLOS DE PRÁTICA CRISTÃ
[Fonte: <https://sagradamissao.com.br/2025/02/santos-do-dia-da-igreja-catolica-09-de-fevereiro/>]
Santos do Dia da Igreja Católica – 09 de Fevereiro
Postado em: por: marsalima
Santa Apolônia
Os seis anos de 243 a 249, durante os quais o rumo do Império Romano ficou sob a direção de Felipe o Árabe, foram considerados: um intervalo de trégua do regime do anticristianismo. No último ano, porém, houve um episódio que comprovou que a aversão aos cristãos, pelo menos na província africana, não havia desaparecido.
O ocorrido era narrado por Dionísio, o bispo da Alexandria no Egito, em uma carta que enviou ao bispo Fabio da diocese de Antioquia, em 249. Na carta ele escreveu que: “No dia 9 de fevereiro, um charlatão alexandrino, “maligno adivinho e falso profeta”, que insuflava a população pagã, sempre pronta a se agitar, provocou uma terrível revolta. As casas dos cristãos foram invadidas. Os pagãos saquearam os vizinhos católicos ou aqueles que estivessem mais próximos, levando as jóias e objetos preciosos. Os móveis e as roupas foram levados para uma praça, onde ergueram uma grande fogueira. Os cristãos, mesmo os velhos e as crianças, foram arrastados pelas ruas, espancados, escorraçados e, condenados a morte, caso não renegassem a fé em voz alta. A cidade parecia que tinha sido tomada por uma multidão de demônios enfurecidos”.
“Os pagãos prenderam também a bondosa virgem Apolônia, que tinha idade avançada. Foi espancada violentamente no rosto porque se recusava a repetir as blasfêmias contra a Igreja, por isto teve os dentes arrancados. Além disso, foi arrastada até a grande fogueira, que ardia no centro da cidade. No meio da multidão enlouquecida, disseram que seria queimada viva se não repetisse, em voz alta, uma declaração pagã renunciando a fé em Cristo. Neste instante, ela pediu para ser solta por um momento, sendo atendida ela saltou rapidamente na fogueira, sendo consumida pelo fogo.”
O martírio da virgem Apolônia, que terminou aparentemente em suicídio, causou, exatamente por isto, um grande questionamento dentro da Igreja, que passou a avaliar se era correto e lícito, se entregar voluntariamente à morte para não renegar a fé. Esta dúvida encontrou eco também no livro ” A cidade de Deus” de Santo Agostinho, que também não apresentou uma posição definida.
Contudo, o gesto da mártir Apolônia, a sua vida reclusa dedicada à caridade cristã, provocou grande emoção e devoção na província africana inteira, onde ela consumou o seu sacrifício. Passou a ser venerada, porque foi justamente o seu apostolado desenvolvido entre os pobres da comunidade que a colocou na mira do ódio e da perseguição dos pagãos, e o seu culto se difundiu pelas dioceses no Oriente e no Ocidente.
Em várias cidades européias surgiram igrejas dedicadas a ela. Em Roma foi erguida uma igreja, hoje desaparecida, próxima de Santa Maria em Trasteve, Itália.
Sobre a sua vida não se teve outro registro, senão que seus devotos a elegeram, no decorrer dos tempos, como protetora contra as doenças da boca e das dores dos dentes. Mas restou seu exemplo de generosa e incondicional oferta a Cristo. A Igreja a canonizou e oficializou seu culto conforme a data citada na carta do bispo Dionísio.
Santo Miguel Febres Cordero Munhoz
Miguel Febres Cordero Munhoz nasceu em Cuenca, Equador, em 7 de novembro de 1854, foi filho de um professor universitário e seu avô foi um general do exército, venerado como herói nacional. Aos cinco anos de idade, Nossa Senhora lhe apareceu durante um sonho e desde então decidiu que seria um sacerdote. Três anos depois, sentiu novamente a presença da Virgem Maria quando foi protegido milagrosamente de ser morto por um touro selvagem.
Aos nove anos ingressou no colégio da congregação dos Irmãos da Escola Cristãs de la Sale, que chegara recentemente ao Equador. Quatro anos mais tarde, se juntou aos irmãos iniciando seu noviciado, com a benção dos seus pais, que de imediato fizeram oposição. Tornou-se um sacerdote educador famoso, dotado de notável inteligência. Aos dezessete anos publicou seu primeiro livro pedagógico, que acabou sendo adotado pelo governo. Esta função considerada a mais nobre e rendosa missão para a Igreja e para a pátria, ele exerceu durante trinta e dois anos, na cidade de Quito.
Padre Miguel se firmou no meio intelectual como filósofo, pedagogo, teólogo e escritor de vários livros de gramática, manuais de geografia, história, religião e literatura. Foi eleito em 1892, membro da Academia Equatoriana da Língua, em seguida foi agraciado também pelas Academias da Espanha, França e Venezuela, chegando a trabalhar em Paris, Bélgica e Espanha.
Entre 1901 e 1904 foi diretor dos noviços de sua congregação, quando foi transferido para a Europa, onde trabalhou como tradutor para os Lassaristas em Paris e Bélgica. A partir de 1908, já com a saúde fragilizada por uma persistente pneumonia, foi enviado para uma escola perto de Barcelona, na Espanha. Continuou trabalhando, mas lentamente e cada vez mais debilitado acabou falecendo no dia 9 de fevereiro de 1910, na cidade Superior Del Estragar onde foi sepultado.
A fama de eminente santidade o acompanhou durante toda a vida e perdurou depois da sua morte. Vinte anos depois, durante a Revolução Espanhola, seus restos mortais foram transladados para o Equador, onde seu corpo incorrupto foi recebido com honras de herói nacional . Amado pelo povo, como tal, mas principalmente como modelo de religioso a ser seguido, foi enterrado em Quito, cidade em que passou maior parte de sua vida.
O seu culto se espalhou rapidamente e seu túmulo se tornou meta de peregrinação. Ele foi beatificado em 1977 e, mais tarde, canonizado pelo papa João Paulo II em 1984. O padre Miguel Febres Cordero Munhoz se tornou o primeiro Santo equatoriano.
Ana Catarina Emmerich (Bem-Aventurada)
Ana Catarina Emmerich nasceu em 08 de setembro de 1774, na aldeia de Flamske, perto de Coesfeld, atual Alemanha. Os pais, Bernardo Emmerich e Ana Hillers, camponeses pobres e piedosos cristãos, a batizaram no mesmo dia, como os outros nove filhos. Desde a infância Ana ajudava nos afazeres domésticos e do campo. Freqüentou pouco a escola, mas se notava seus bons conhecimentos da religião e que Deus lhe dera dons especiais.
Até os quinze anos de idade, trabalhou como pastora, na casa de um parente. Nesse período ouviu o chamado de Deus para a vida consagrada, mas encontrou a oposição do pai. Então aprendeu a costurar e foi trabalhar em Coesfeld, para concluir sua formação. Freqüentava a igreja, participava da Missa e, mesmo sozinha, fazia a oração da Via Sacra. No tempo livre procurava um convento que a aceitasse. Apesar das várias tentativas, Ana Catarina não conseguiu ingressar em nenhum. Alegavam a pouca escolaridade e não saber ao menos tocar órgão. Por isso, abandonou a costura e foi morar com a família do piedoso organista Soentgen.
Entretanto, em 1802, o organista conseguiu seu ingresso junto com o de sua filha Clara Soentgen, no Convento das Agostinianas, em Duelmen. Por causa de sua origem humilde, no início Ana Catarina foi pouco considerada pelas co-irmãs. No ano seguinte ingessou na ordem, sendo agraciada com uma visão. Dedicou com fervor à observância das regras da ordem e assumiu os afazeres mais pesados do Convento. Esse período foi uma verdadeira escola da Cruz, porque ninguém lhe compreendia o estado d’alma, duvidando de suas visões contemplativas. À tudo isso se somou o sofrimento de várias e sucessivas enfermidades, que a deixou acamada em sua cela de 1806 a 1811.
Nesse ano, o Convento das Agostinianas de Duelmen, como todos os demais foi suspenso pelas leis francesas de Napoleão Bonaparte. As religiosas se dispersaram, mas Ana Catarina, pobre e doente, permaneceu ali mais algum tempo. Em 1812 foi trabalhar como criada do sacerdote João Marinho Lambert, um refugiado da diocese de Amiens, naquela cidade. Mas logo voltou a ficar doente sem poder se levantar do leito. Com autorização do padre Lambert, Ana Catarina trouxe sua irmã mais nova, Gertrudes, a qual sob sua direção passou a cuidar da casa.
A partir de 1813, Ana Catarina recebeu os estigmas de Cristo, cujas dores já vinha sofrendo a muito mais tempo. O fato de ter as chagas não podia ficar escondido. O vigário mandou chamar um jovem médico, chamado Dr. Francisco Wesener, que de tão impressionado se dedicou ao seu tratamento, nos próximos onze anos, registrando num diário tudo o que presenciou daquela excepcional mística cristã.
Anna Catarina distinguia com facilidade os objetos sagrados de profanos. Reconhecia e determinava com exatidão as relíquias dos Santos, tocando-as e, assim, via a vida, as obras e os sofrimentos de cada um deles. Ela viu no êxtase toda a vida e Paixão de Jesus Cristo e de sua Santíssima Mãe. Assim como, viu os trabalhos dos Apóstolos, a propagação da Santa Igreja, muitos fatos do Velho Testamento e também eventos futuros.
Muitas personalidades do movimento de renovação da Igreja, no inicio do século XIX, foram se encontrar com essa mística católica alemã. O mais significativo foi com o renomado escritor Clemente Brentano, em 1818, que todos os dias durante cinco anos a visitou, para anotar as suas visões que mais tarde publicou.
No final de dezembro de 1823, Ana Catarina ficou cada vez mais débil. Como fez em todos esses anos passados, ela uniu seu sofrimento ao sofrimento de Jesus e ofereceu para redenção das pessoas. Morreu, no dia 09 de fevereiro de 1824 e foi sepultada no cemitério de Duelmen, num funeral que contou com a presença de muitas autoridades.
O Papa João Paulo II, no ano 2004, declarou Bem-aventurada, a mística agostiniana Ana Catarina Emmerick.


ESTÍMULOS À SANTIFICAÇÃO DO DIA – E DA VIDA
LEITURAS DAS ORAÇÕES DA LITURGIA DAS HORAS DE 9 DE FEVEREIRO DE 2025
[Fonte: <https://www.ibreviary.com/m2/breviario.php>]
ORAÇÃO DA HORA TERÇA (NOVE HORAS)
LEITURA BREVE
Rom 8, 15-16
Vós não recebestes um espírito de escravidão, para recair no temor, mas o Espírito de adopção filial, pelo qual exclamamos: «Abá, Pai». O próprio Espírito Santo dá testemunho, em união com o nosso espírito, de que somos filhos de Deus.
V. Em Vós, Senhor, está a fonte da vida:
R. Na vossa luz veremos a luz.
ORAÇÃO DA HORA SEXTA (DOZE HORAS)
LEITURA BREVE
Rom 8, 22-23
Nós sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade. E não somente ela, mas também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando a adopção filial e a libertação do nosso corpo.
V. Bendiz, minha alma, o Senhor:
R. Ele salva da morte a tua vida.
ORAÇÃO DA HORA NONA (QUINZE HORAS)
LEITURA BREVE
2 Tim 1, 9
Deus salvou-nos e chamou-nos à santidade, não em virtude das nossas obras, mas do seu próprio desígnio e da sua graça, essa graça que nos foi dada em Cristo Jesus, desde toda a
eternidade.
V. O Senhor conduziu-os seguros e sem temor
R. E introduziu-os na sua terra santa.
Oração
Deus todo-poderoso e eterno, dirigi a nossa vida segundo a vossa vontade, para que mereçamos produzir abundantes frutos de boas obras, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
V. Bendigamos o Senhor.
R. Graças a Deus.
ORAÇÃO DE VÉSPERAS (FINAL DA TARDE)
LEITURA BREVE
2 Cor 1, 3-4
Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai de misericórdia e Deus de toda a consolação, que nos conforta em todas as tribulações, para podermos também confortar aqueles que sofrem qualquer tribulação, por meio da consolação que nós próprios recebemos de Deus.
RESPONSÓRIO BREVE
V. Bendito sejais, Senhor, no firmamento dos céus.
R. Bendito sejais, Senhor, no firmamento dos céus.
V. A Vós o louvor e a glória para sempre.
R. No firmamento dos céus.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Bendito sejais, Senhor, no firmamento dos céus.
ORAÇÃO DE COMPLETAS (ANTES DE DORMIR)
LEITURA BREVE
Ap 22, 4-5
Verão a face do Senhor, e o nome do Senhor estará escrito nas suas frontes. Nunca mais haverá noite, nem precisarão da luz da lâmpada nem da luz do sol, porque brilhará sobre eles a luz do Senhor Deus, e reinarão pelos séculos dos séculos.
RESPONSÓRIO BREVE
V. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
V. Senhor, Deus fiel, meu Salvador.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
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Importante:
* A Liturgia Diária, a porção da Palavra de Deus escolhida para cada dia, consiste em refeição espiritual de escol brindada pela Santa Madre Igreja, preparatória para o alimento divino, a Sagrada Eucaristia. Auguramos que esse estudo orante possa contribuir para potencializar o sustento e o remédio que essas santas palavras são destinadas a proporcionar e que com cada vez maior assiduidade mais irmãos na fé priorizem sorver diariamente as delícias inefáveis da Santa Palavra e da Sagrada Eucaristia. Sugerimos, caso não for possível por alguma razão desfrutar a missa presencialmente, que se o faça ao menos virtualmente, pela televisão ou internet. Também recomendamos escrever na área de busca de sites veiculadores de vídeos na internet as palavras “Homilia diária” e aproveitar os momentos livres do pensamento (inclusive no decorrer da realização de atividades manuais que não requerem intensa concentração – como lavar louça, por exemplo) para ouvir as reflexões de clérigos qualificados para nos ajudar a compreender com cada vez mais profundidade os desígnios divinos. O católico que participar de todas as Missas diárias ou estudar a Liturgia Diária pelo período de três anos, terá estudado toda a Bíblia (exceto partes de algumas passagens que são apresentadas de forma sintetizada, das quais são suprimidos versículos considerados de importância secundária). Essa breve exegese da Liturgia Diária é recomendada para quem busca conhecer com profundidade a Palavra de Deus, para dela se tornar íntimo e colocá-la em prática.
** A Liturgia das Horas é composta por sete momentos orantes rezados pelo fiel ao longo do dia. O primeiro, na madrugada, se chama Ofício das Leituras, composto pela recitação de vários salmos; a primeira leitura (extraída da Bíblia); a segunda leitura (extraída da Sagrada Doutrina) e algumas orações próprias. O segundo, Laudes, se reza no início da manhã, incluindo a recitação de salmos; orações; leitura bíblica breve e inclui também preces. Os momentos orantes do “miolo do dia” (das 09 às 15 horas) chamados “da hora média”, são propostos para serem realizados com brevidade em três etapas: Hora Terça, em torno das 09:00 horas; Hora Sexta, em torno das 12:00 horas; e Hora Nona, em torno das 15:00. São compostos pela recitação de salmos; orações e uma leitura bíblica breve. O sexto momento orante se dá antes do pôr do sol, sendo denominado de Vésperas e inclui também algumas preces, além dos salmos, orações e leitura bíblica breve. O sétimo momento orante denomina-se Completas, sendo realizado antes de dormir, incluindo o exame de consciência, uma breve recitação dos salmos, leitura bíblica breve e orações próprias, sendo bastante conciso. Tais momentos orantes são destinados especialmente à santificação do dia. A Liturgia das Horas serve também como ponto de interseção entre todos os católicos, sendo prescrita em especial para ser recitada por todos os componentes do clero, religiosos, religiosas, diáconos… constituindo-se fundamental para a unidade da fé, prevenindo a queda em heresias (a “escolha” de partes das escrituras e da doutrina e o rechaço de outras). Recomendamos vivamente que todos quantos puderem se dediquem a essa maravilhosa prática e reputamos como mínimo necessário a meditação da segunda leitura do Ofício das Leituras (aqui trazida como leitura complementar, extraída do o site <http://www.ibreviary.com/>), com o que nos tornamos agraciados com os preciosíssimos tesouros da Sagrada Doutrina brindados pelos que cultivaram a fé desde o início da Igreja. Podemos acessar a Liturgia das Horas através de livro próprio, também chamado de Breviário, ou por meio de aplicativos ou sites na internet. O fiel pode ainda digitar na área de busca o nome do momento orante que deseja acompanhar e terá à disposição essa oração com os salmos cantados. Disponibilizamos diariamente nesse estudo orante da Palavra de Deus os textos das leituras de todos os momentos orantes da Liturgia Diária, reputando-os como estímulos para a santificação do dia.
*** Por que ler a vida do Santo do dia?
Você sabe porque é muito importante conhecer e meditar no exemplo de vida do Santo do dia?
É fácil perceber que os homens se influenciam mutuamente no relacionamento social. A criança imita os pais, os gestos de dois amigos tendem a se assemelhar, pois a imitação é conatural aos homens desde a infância, distinguindo-os como a criatura mais imitativa de todas.
Esse mimetismo inato vincado em nossa humanidade se verifica também no âmbito sobrenatural. Conforme frisou Bento XVI, “os Santos constituem o comentário mais importante ao Evangelho, uma atualização sua na vida cotidiana e, por conseguinte, representam para nós um verdadeiro caminho de acesso a Jesus”.(1) Podemos, sem dúvida, considerá-los como imagem de Deus transposta para o dia a dia.
O conceito de imitação de Cristo – diretamente ou através do Santo do Dia – está presente nos Livros Sagrados, sobretudo nas cartas de São Paulo, como a destinada aos filipenses: “Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós” (3, 17).
São Francisco de Assis estava bem cônscio de seu papel simbólico quando dizia: “Devo ser modelo e exemplo para todos os frades”. (2)
Para o homem contemporâneo essas analogias entre Cristo e os Santos poderiam parecer despropositadas ou mesmo maldosamente tachadas de “culto à personalidade”.
Por isso, é fundamental ler a história do Santo do Dia para que conhecendo o exemplo deles e admirando-os, aprendamos como adequar nossas vidas à santidade que Deus quer de nós.
**** Leitura Orante da Palavra (Lectio divina)
Fonte: <https://www.ivcpoa.com.br/leitura-orante-da-palavra>
a) Como surgiu?
No século XII, o monge Guigo II estava trabalhando no mosteiro com uma escada na mão. Enquanto isso, pedia a Deus que lhe sugerisse um instrumento que o ajudasse a subir até ele. Sobre isso, ele escreveu: “Ocupado em um trabalho manual, comecei a pensar na atividade espiritual do ser humano e se apresentaram improvisadamente à minha reflexão quatro degraus espirituais, ou seja: 1) a leitura; 2) a meditação; 3) a oração; e 4) a contemplação”. Esta é a escada que se eleva da terra ao céu. Alguns chamam esse método de rezar de Lectio divina, isto é, leitura divina.
b) Os passos da Leitura Orante: 1) leitura; 2) meditação; 3) oração; e 4) contemplação.
1) Leitura: no primeiro momento, procure acolher a Bíblia não como um livro qualquer, mas como um tesouro que é a Palavra que Deus quer nos falar. Esforce-se para captar o sentido do texto do modo mais pleno possível. Para isso, podem ajudar algumas perguntas: • Quem? O que diz e o que faz cada personagem? • Onde? Como se situa este texto na Bíblia e em que contexto? • Que relação tem com outros textos? • Em síntese, o que diz o texto?
2) Meditação: A meditação vai responder à pergunta: “O que é que Deus, através deste texto, tem a nos dizer hoje?”. É muito importante perceber o que o texto diz para mim, não somente para os outros. Algumas vezes, as pessoas procuram no texto bíblico lições para ensinar aos outros. Aqui é diferente: o texto fala diretamente com o leitor, seja pessoalmente, seja comunitariamente. Entra-se em diálogo, facilitado por algumas perguntas, como: O que há de semelhante e de diferente entre a situação do texto e a nossa de hoje? O que a mensagem deste texto diz para a nossa situação? Que mudanças de comportamento nos sugere? Pode-se perceber o quanto as ideias de Deus são diferentes das nossas e a necessidade de deixar que a Palavra de Deus transforme as nossas convicções. Muitas vezes, é preciso mudar de mentalidade para aderir à vontade de Deus.
3) Oração: É o momento de expressar o que o texto nos faz dizer a Deus. A oração é a nossa resposta à Palavra de Deus lida e meditada. A oração provocada pela meditação inicia-se com uma atitude de admiração, silêncio e adoração ao Senhor. A oração suscitada pela meditação também pode ser recitação de preces e salmos. Dependendo do que se ouviu da parte de Deus, a resposta pode ser de louvor ou de ação de graças, de súplica ou de perdão. É importante que essa oração espontânea não seja só individual, mas tenha sua expressão comunitária em forma de partilha.
4) Contemplação: enxergar, saborear, agir. A contemplação ajuda a enxergar o mundo de maneira nova. Tira o véu e ajuda a descobrir o projeto de Deus na história que hoje vivemos. Leva-nos a perceber Cristo como centro de tudo. Pela Leitura Orante, vamos crescendo na compreensão do sentido e da força da Palavra de Deus, vamos sendo transformados e nos tornando capazes de transformar a realidade. Contemplar supõe viver de modo diferente. O centro da pessoa está em Cristo. A pessoa é transformada pela Palavra de Deus, por isso contempla a presença de Deus em sua vida e adquire um novo olhar sobre a realidade.
Leitura Orante na Prática
O monge que criou o método sugere a ideia de uma escada que nos ajude a subir até Deus. Vamos analisar os quatro degraus que devemos subir.

1º Degrau – Leitura (Lectio): O que o texto diz?
1. Leia lentamente o texto, ao menos duas vezes.
2. Ainda não é hora de tentar tirar uma mensagem para sua vida. Apenas tente compreender o que o texto poderia significar na época em que foi escrito.
3. Tente reconstruir o texto: Quem são as pessoas que aparecem no texto e qual é a situação de cada uma? De acordo com o texto, qual é o papel de cada uma e quais seriam seus sentimentos? Aparece algum conflito no texto? Como é resolvido? Qual é o rosto de Deus no texto?

2º Degrau – Meditação (Meditatio): O que o texto me diz?
1. Destaque os versículos que foram mais fortes para você (sem tentar interpretá-los).
2. Atualize o texto comparando a situação da época com a situação atual e procure perceber o que tudo isso tem a ver com a sua/nossa vida de cristão.

3º Degrau – Oração (Oratio): O que o texto me faz dizer a Deus?
1. Tudo o que foi lido e meditado é transformado em uma conversa orante com Deus.
2. A oração é o instante no qual se é convidado a falar com Deus através do louvor, do agradecimento, do pedido, da súplica, do oferecimento, do perdão dirigido a ele: “Senhor, eu te peço… Eu te louvo e agradeço meu Deus…”. Dialogar diretamente com Deus: tenha “um trato de amizade com aquele que nos ama” (Santa Teresa). É necessário silêncio…

4º Degrau – Contemplação (Contemplatio)
Contemplar é ver a vida com os olhos da fé. É sentir, quase intuitivamente, a presença da Santíssima Trindade ao nosso lado. Esse passo está ligado ao anterior; às vezes, não percebemos quando termina um e começa o outro. Volte-se para a sua realidade (ao seu dia a dia) e veja sua vida com o olhar iluminado pelo Espírito Santo. Não se trata de pensar “o que fazer”, mas de como irá seguir Jesus a partir desse texto? É a primazia do ser sobre o fazer. Este último será o resultado de um novo ser humano: discípulo missionário de Jesus Cristo.
Atenção! Este método é fascinante, mas exigente. Não supõe saber ou ter grandes estudos, mas requer dedicação e escuta atenta à Palavra de Deus. Se alguém ler o texto bíblico sem seguir o método orante, dificilmente entenderá os quatro degraus. Há alguns que dizem que é muito difícil seguir este processo, certamente porque querem resultados imediatos e não dão tempo para escutar o Senhor. Para seguir este método, é preciso muita humildade e deixar o Senhor falar. É preciso se livrar de conceitos prontos sobre o texto lido. Evite-se, igualmente, logo tirar uma mensagem para pôr em prática. Essa aplicabilidade da Palavra depende de uma escuta mais atenta, pois nem sempre o Senhor pede que se faça algo, mas solicita uma mudança em nosso ser – a nossa conversão.