Cultivo espiritual: um investimento necessário!
21 de maio de 2025Na Primeira Leitura da Liturgia Diária de 18 de junho de 2025 a Santa Madre Igreja nos brindou a oportunidade de meditar os ensinamentos de São Paulo na Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 9, versículos 6 a 11: 6 “Quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza”. 7 Dê cada um conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento; pois Deus “ama quem dá com alegria”. 8 Deus é poderoso para vos cumular de toda sorte de graças, para que, em tudo, tenhais sempre o necessário e ainda tenhais de sobra para toda obra boa, 9 como está escrito: “Distribuiu generosamente, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre”. 10 Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o pão como alimento, ele mesmo multiplicará as vossas sementes e aumentará os frutos da vossa justiça. 11 Assim, ficareis enriquecidos em tudo e podereis praticar toda espécie de liberalidade, que, através de nós, resultará em ação de graças a Deus.
Nos Sermões de São Gregório de Nazianzo, bispo (Oratio 14, De pauperum amore, 23-25: PG 35, 887-890) (Sec. IV), o santo nos exorta: Manifestemos uns para com os outros a bondade do Senhor
Reconhece de onde te vem a existência, a respiração, a inteligência, a sabedoria e, acima de tudo, o conhecimento de Deus, a esperança do reino dos Céus e a contemplação da glória que, no tempo presente, é ainda imperfeita, como num espelho e em enigma, mas que há de ser um dia mais plena e mais pura; reconhece de onde te vem a graça de seres filho de Deus, herdeiro com Cristo, e, para falar com maior ousadia, de teres sido elevado à condição divina. De onde e de quem te veio tudo isto?
Ou então – para falar de coisas menos importantes e que podemos ver com os nossos olhos – de quem te vem a felicidade de poder contemplar a beleza dos céus, o curso do sol, a órbita da lua, o número imenso das estrelas e a ordem harmoniosa que se manifesta no firmamento como numa lira?
Quem te dá a chuva, a fertilidade dos campos, os alimentos, as artes, as casas, as leis, a sociedade, a vida tranquila e civilizada, a amizade e a alegria da vida familiar?
A quem deves o poder dispor dos animais, os domésticos para teu serviço e os outros para teu alimento?
Quem te constituiu senhor e rei de todas as coisas que há sobre a face da terra?
E, porque não é possível enumerar uma por uma todas as coisas, pergunto finalmente: quem deu ao homem tudo aquilo que o faz superior a todos os outros seres vivos?
Porventura, não foi Deus? Pois bem. Agora, o que ele te pede em compensação por tudo, e acima de tudo, é o teu amor. Depois de tantos benefícios recebidos e de tantos outros que esperamos ainda, não teremos vergonha de lhe negar a única retribuição que pede, o amor para com ele e para com o próximo? Se ele, que é Deus e Senhor, não se envergonha de ser chamado nosso Pai, ousaremos nós fechar o coração aos nossos irmãos?
Não, meus irmãos e amigos, não sejamos maus administradores dos bens que a misericórdia divina nos concedeu, se não queremos merecer a repreensão de Pedro: Tende vergonha, vós que vos apoderais do que não é vosso; imitai a bondade de Deus, e assim ninguém será pobre.
Não nos preocupemos em acumular e conservar riquezas, enquanto outros sofrem necessidade, para não merecermos aquelas duras e ameaçadoras palavras do profeta Amós: Escutai, vós que dizeis: «Quando passará a lua nova para vendermos o trigo, e o sábado para abrirmos os celeiros?».
Imitemos aquela suprema e primordial lei de Deus, que faz chover sobre justos e pecadores e faz nascer o sol igualmente para todos; que oferece a todos os animais terrestres os campos, as fontes, os rios e as florestas; que dá às aves a amplidão dos céus e aos animais aquáticos a vastidão das águas; que proporciona a todos liberalmente os meios necessários para a sua subsistência, sem restrições, sem condições, sem fronteiras; que tudo põe em comum à disposição de todos eles, com abundância e generosidade, sem que nada lhes falte. Assim procede Deus para com as suas criaturas, a fim de conceder a cada um os bens de que necessita segundo a sua natureza e dignidade, e manifestar a todos a magnificência da sua bondade.