“BUFÊ ESPIRITUAL” – LITURGIA DE 18 DE JANEIRO DE 2025
18 de janeiro de 2025“BUFÊ ESPIRITUAL” – LITURGIA DE 20 DE JANEIRO DE 2025
20 de janeiro de 2025DOMINGO II DO TEMPO COMUM (Ano C)
Saudação
– Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
– Amém.
– A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.
– Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

Oração firmadora do propósito de plenificar o viver com os tesouros brindados pela Santa Madre Igreja
Ó Deus Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, obrigado por mais este dia. Iluminai-me, inspirai-me, orientai-me e sustentai-me para que eu siga no caminho cristão, usufruindo da melhor forma possível os maravilhosos tesouros brindados pela Santa Madre Igreja disponibilizados neste “buffet espiritual” – em meio à realização dos deveres da vocação a que fui chamado, de meu estado de vida. Que eu possa me enriquecer espiritualmente com os estímulos à santificação do dia e da vida em que consistem as orações matinais da Liturgia das Horas (“Invitatório”, “Ofício das Leituras” e “Laudes”); a Santa Missa; as Meditações da Palavra do Senhor e o estudo do Catecismo da Igreja Católica; o néctar espiritual potencializador da prática cristã na sessão IMPULSIONAMENTO AO ESTUDO ORANTE DA LITURGIA DIÁRIA (LECTIO DIVINA) – fundamental para o sustento, remédio e fortalecimento espiritual; os EXEMPLOS DE PRÁTICA CRISTÃ (síntese das inspiradoras histórias de vida dos santos do dia) e os ESTÍMULOS À SANTIFICAÇÃO DO DIA E DA VIDA (em que também consistem as demais orações da Liturgia das Horas). Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé! Amém!
OFÍCIO DAS LEITURAS (NA MADRUGADA)
[Fonte: <https://www.ibreviary.com/m2/breviario.php>]
PRIMEIRA LEITURA
Início do Livro do Deuteronómio 1, 1.6-18
Último discurso de Moisés em Moab
Foram estas as palavras que Moisés dirigiu a todo o Israel no outro lado do Jordão, no deserto, em Arabá, em frente de Suf, entre Tarã, Tofel, Labã, Haserot e Di-Zaab:
«O Senhor nosso Deus falou-nos assim no Horeb: ‘Já passastes bastante tempo nesta montanha. Segui o vosso caminho e dirigi-vos para os montes dos amorreus e para as regiões vizinhas: a Arabá, os Montes, a Sefelá, o Negueb e o litoral, na terra dos cananeus e no Líbano, até ao grande rio Eufrates. Entrego-vos esse país; entrai e tomai posse da terra que o Senhor jurou dar aos vossos pais, Abraão, Isaac e Jacob, e depois deles à sua descendência’.
Eu disse-vos então: ‘Não posso sozinho tomar conta de vós. O Senhor vosso Deus multiplicou-vos tanto que sois já tão numerosos como as estrelas do céu. O Senhor Deus de vossos pais vos faça mil vezes mais numerosos e vos abençoe como prometeu. Mas como poderei eu sozinho tomar conta de vós, suportar o vosso peso, incumbir-me das vossas contendas? Escolhei, de entre as vossas tribos, homens sábios, prudentes e experimentados, e eu os nomearei vossos chefes’. E vós me respondestes: ‘O que tu propões é razoável’. Aceitei então os chefes das vossas tribos, homens sábios e experimentados, e nomeei-os vossos chefes: chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez homens, e também magistrados para as vossas tribos. Dei então aos vossos juízes as seguintes instruções: ‘Ouvi as dissensões entre os vossos irmãos e julgai com justiça as questões de cada um deles com o seu irmão ou com o estrangeiro que mora com ele. Não façais acepção de pessoas em vossos julgamentos: ouvi tanto o pequeno como o grande. Não vos intimideis diante de homem algum, porque o juízo é de Deus. Se algum caso vos parecer demasiado difícil, apresentai-mo que eu o atenderei’. Dei-vos então instruções sobre tudo o que devíeis fazer».
RESPONSÓRIO Deut 10, 17; 1, 17b
R. O Senhor vosso Deus é o Deus dos deuses, Deus soberano, forte e terrível, * Que não faz acepção de pessoas nem aceita presentes.
V. Escutai o pequeno e o grande e não olheis à condição das pessoas, porque o juízo é de Deus. * Que não faz acepção de pessoas nem aceita presentes.
SEGUNDA LEITURA
Da Carta de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir, aos Efésios
(Nn. 2, 2 – 5, 2: Funk 1, 175-177) (Sec. I)
Na concórdia da unidade
É vosso dever glorificar em tudo a Jesus Cristo que vos glorificou a vós, para que, unidos em perfeita obediência, sujeitos ao bispo e ao presbitério, em tudo sejais santificados.
Não vos dou ordens, como se fosse alguém. Embora prisioneiro pelo nome de Cristo, ainda não cheguei à perfeição em Jesus Cristo. Só agora começo a ser discípulo e falo-vos como a meus condiscípulos. Eu é que devia ser fortalecido pela vossa fé, exortação, paciência, equanimidade. Mas a caridade não permite calar-me a vosso respeito; por isso me adianto a exortar-vos para que vivais unânimes segundo o pensamento de Deus. Jesus Cristo, nossa vida inseparável, é o pensamento do Pai; e os bispos, constituídos em toda a terra, estão no pensamento de Jesus Cristo.
Por isso deveis estar de acordo com o pensamento do vosso bispo, como já fazeis. O vosso memorável presbitério, digno de Deus, está em harmonia com o bispo como as cordas de uma cítara. Esta vossa concórdia e harmonia na caridade é como um hino a Jesus Cristo. Procurai todos vós formar parte deste coro, de modo que, harmonizados pela concórdia, recebendo a melodia de Deus na unidade, possais cantar em uníssono por Jesus Cristo ao Pai, a fim de que vos escute e vos reconheça, pelas vossas boas obras, como membros do seu Filho. Vale bem a pena viver em unidade irrepreensível, para poder participar sempre da vida de Deus.
Se em tão breve espaço de tempo contraí com o vosso bispo tão íntima familiaridade, não humana mas espiritual, quanto mais ditosos vos devo considerar a vós que estais tão profundamente ligados a ele, como a Igreja a Jesus Cristo e Jesus Cristo ao Pai, na harmonia da perfeita unidade! Ninguém se engane: quem não está no recinto do altar fica privado do pão de Deus. Se a oração de um ou dois tem tanta força, quanto mais não terá a do bispo com toda a Igreja?
RESPONSÓRIO Ef 4, 1.3-4
R. Recomendo-vos, em nome do Senhor, que vos comporteis segundo a maneira de viver a que fostes chamados: * Empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz.
V. Há um só Corpo e um só Espírito, como há uma só esperança na vida a que fostes chamados. * Empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz
Hino Te Deum
Nós Vos louvamos, ó Deus, *
nós Vos bendizemos, Senhor.
Toda a terra Vos adora, *
Pai eterno e omnipotente.
Os Anjos, os Céus e todas as Potestades, *
os Querubins e os Serafins Vos aclamam sem cessar:
Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo, *
o céu e a terra proclamam a vossa glória.
O coro glorioso dos Apóstolos, *
a falange venerável dos Profetas,
o exército resplandecente dos Mártires *
cantam os vossos louvores.
A santa Igreja anuncia por toda a terra *
a glória do vosso nome:
Deus de infinita majestade, *
Pai, Filho e Espírito Santo.
Senhor Jesus Cristo, Rei da glória, *
Filho do Eterno Pai,
para salvar o homem, tomastes a condição humana *
no seio da Virgem Maria.
Vós despedaçastes as cadeias da morte *
e abristes as portas do Céu.
Vós estais sentado à direita de Deus, na glória do Pai, *
e de novo haveis de vir para julgar os vivos e os mortos.
Socorrei os vossos servos, Senhor, *
que remistes com o vosso Sangue precioso;
e recebei-os na luz da glória, *
na assembleia dos vossos Santos.
¶ Salvai o vosso povo, Senhor, *
e abençoai a vossa herança;
sede o seu pastor e guia através dos tempos *
e conduzi-os às fontes da vida eterna.
Nós Vos bendiremos todos os dias da nossa vida *
e louvaremos para sempre o vosso nome.
Dignai-Vos, Senhor, neste dia, livrar-nos do pecado.
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Desça sobre nós a vossa misericórdia, *
porque em Vós esperamos.
Em Vós espero, meu Deus, *
não serei confundido eternamente.
LAUDES (INÍCIO DA MANHÃ)
[Fonte: <https://www.ibreviary.com/m2/breviario.php>]
LEITURA BREVE
Ez 36, 25-27
Derramarei sobre vós água pura e ficareis limpos de todas as imundícies; purificar-vos-ei de todos os vossos deuses. Dar-vos-ei um coração novo e infundirei em vós um espírito novo; arrancarei do vosso peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Infundirei em vós o meu espírito e farei que vivais segundo os meus preceitos, que observeis e ponhais em prática as minhas leis.
RESPONSÓRIO BREVE
V. Nós vos louvamos, Senhor, e invocamos o vosso nome.
R. Nós vos louvamos, Senhor, e invocamos o vosso nome.
V. Anunciamos as vossas maravilhas.
R. E invocamos o vosso nome.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Nós vos louvamos, Senhor, e invocamos o vosso nome.
SANTA MISSA
MEDITAÇÃO DA PALAVRA DO SENHOR – EVANGELHO DO DIA MEDITADO PELO PADRE JOÃO CARLOS
MEDITAÇÃO DA PALAVRA DO SENHOR – REFLEXÃO POTENCIALIZADORA DA TÊMPERA CATÓLICA NA ORAÇÃO DA MANHÃ DE DOM ADAIR JOSÉ GUIMARÃES
MEDITAÇÃO DA PALAVRA DO SENHOR – LEITURA COMENTADA DE UM CAPÍTULO DAS SAGRADAS ESCRITURAS COM A IRMÃ ZÉLIA
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA – OUÇA TODOS OS DIAS E TERMINE EM UM ANO
IMPULSIONAMENTO AO ESTUDO ORANTE DA LITURGIA DIÁRIA (LECTIO DIVINA)
Liturgia diária

Invocação de busca do reto entendimento
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor! Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra! Oremos: ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação! Por Cristo, Senhor nosso! Amém!

1o degrau da lectio divina: leitura (lectio) para compreensão do que o texto diz; 2o degrau da lectio divina: meditação (meditatio) a respeito do que o texto orienta a fazer; 3o degrau da lectio divina: oração (oratio) de compromisso com que o texto faz dizer a Deus.



[Fonte: <https://aliturgia.com/domingo-ii-do-tempo-comum-ano-c/>]
DOMINGO II DO TEMPO COMUM (Ano C)
LEITURA I Is 62, 1-5
Por amor de Sião não me calarei,
por amor de Jerusalém não terei repouso,
enquanto a sua justiça não despontar como a aurora
e a sua salvação não resplandecer como facho ardente.
Os povos hão de ver a tua justiça
e todos os reis a tua glória.
Receberás um nome novo,
que a boca do Senhor designará.
Serás coroa esplendorosa nas mãos do Senhor,
diadema real nas mãos do teu Deus.
Não mais te chamarão «Abandonada»,
nem à tua terra «Deserta»,
mas hão de chamar-te «Predileta»
e à tua terra «Desposada»,
porque serás a predileta do Senhor
e a tua terra terá um esposo.
Tal como o jovem desposa uma virgem,
o teu Construtor te desposará;
e como a esposa é a alegria do marido,
tu serás a alegria do teu Deus.
Aos judeus regressados de Babilónia, Isaías, anuncia que Deus escolheu o seu povo e tem com ele uma relação semelhante à dos esposos. Deus é o esposo que transforma a vida da esposa por amor e o povo, como uma esposa, é a alegria do seu Deus.
Salmo 95 (96), 1-3.7-8a.9-10a.c (R. 3)
Quem sabe olhar para a vida, como o salmista, encontra razões para louvar o Senhor. Do mesmo modo que a terra, o céu, o mar, os campos e as árvores, sabem que são criaturas da mão de Deus e o louvam, também os homens de todos os povos são convidados a reconhecer as maravilhas que o Senhor faz e a louvá-lo com cânticos.
LEITURA II 1 Cor 12, 4-11
Irmãos:
Há diversidade de dons espirituais,
mas o Espírito é o mesmo.
Há diversidade de ministérios,
mas o Senhor é o mesmo.
Há diversidade de operações,
mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
Em cada um se manifestam os dons do Espírito
para o bem comum.
A um o Espírito dá a mensagem da sabedoria,
a outro a mensagem da ciência, segundo o mesmo Espírito.
É um só e o mesmo Espírito
que dá a um o dom da fé, a outro o poder de curar;
a um dá o poder de fazer milagres,
a outro o de falar em nome de Deus;
a um dá o discernimento dos espíritos,
a outro o de falar diversas línguas,
a outro o dom de as interpretar.
Mas é um só e o mesmo Espírito que faz tudo isto,
distribuindo os dons a cada um conforme Lhe agrada.
O Espírito Santo que recebemos no Batismo, atua em todos os membros da comunidade cristã, dando a cada um os dons necessários para pôr ao serviço do bem comum. A beleza da comunidade está na harmonia da variedade de dons que o Espírito distribui por todos.
EVANGELHO Jo 2, 1-11
Naquele tempo,
realizou-se um casamento em Caná da Galileia
e estava lá a Mãe de Jesus.
Jesus e os seus discípulos
foram também convidados para o casamento.
A certa altura faltou o vinho.
Então a Mãe de Jesus disse-Lhe:
«Não têm vinho».
Jesus respondeu-Lhe:
«Mulher, que temos nós com isso?
Ainda não chegou a minha hora».
Sua Mãe disse aos serventes:
«Fazei tudo o que Ele vos disser».
Havia ali seis talhas de pedra,
destinadas à purificação dos judeus,
levando cada uma de duas a três medidas.
Disse-lhes Jesus:
«Enchei essas talhas de água».
Eles encheram-nas até acima.
Depois disse-lhes:
«Tirai agora e levai ao chefe de mesa».
E eles levaram.
Quando o chefe de mesa provou a água transformada em vinho,
_ ele não sabia de onde viera, pois só os serventes, que tinham tirado a água, sabiam _
chamou o noivo e disse-lhe:
«Toda a gente serve primeiro o vinho bom
e, depois de os convidados terem bebido bem,
serve o inferior.
Mas tu guardaste o vinho bom até agora».
Foi assim que, em Caná da Galileia,
Jesus deu início aos seus milagres.
Manifestou a sua glória
e os discípulos acreditaram n’Ele.
A presença de Jesus nas bodas de Caná passa despercebida àqueles que se julgam o centro de tudo e àqueles que se deixam absorver pelo trabalho. O noivo e o chefe de mesa não se apercebem que faltou o vinho nem se preocupam em saber a origem do vinho bom que lhes é servido. Os serventes sabem de onde vem o vinho mas não reconhecem aquele que lhes manda servir o vinho novo. Só os discípulos veem naquela cena a manifestação da glória de Jesus e acreditaram nele.
Reflexão da Palavra
O texto da primeira leitura faz parte do terceiro livro de Isaías. É um poema de amor. O autor serve-se de realidades próprias entre pessoas apaixonadas para falar da relação entre Deus e o seu povo.
Estamos no pós-exílio, 538 a.C., tempo difícil para os judeus regressados de Babilónia. Ocupam-se na reconstrução da cidade, mas não sem dificuldades. Entendem que, se Deus estivesse com eles tudo seria resolvido mais depressa, mas os impasses, os obstáculos, os problemas que se levantam fazem-nos crer que os abandonou.
O profeta Isaías não se cansa de animar o povo. O profeta é animado por uma esperança que o leva a anunciar a chegada de um tempo novo e empenha-se nessa esperança ao ponto de dizer “por amor de Sião não me calarei, por amor de Jerusalém não terei repouso, enquanto a sua justiça não despontar como a aurora e a sua salvação não resplandecer como facho ardente”, tal é a sua certeza.
Deus ama o seu povo e, por isso, não o abandona. Pelo contrário, o Senhor vai dar-lhe um nome novo, vai dar-lhe uma nova condição e uma nova vida. Vai chamar-se “predileta”, “desposada”, será esposa e razão da alegria do Senhor. Israel, Jerusalém, o povo, terá um esposo, viverá para o seu Deus e será a proferida entre todas as cidades, entre todos os povos.
O salmo é um hino construído em quatro partes. Começa com um convite a cantar os louvores do Senhor. Depois apresenta as razões desse louvor, “porque o Senhor é grande e digno de louvor”, “o Senhor é rei”, “criou os céus”. De seguida convida todos os povos a dar glória ao Senhor e no final convida toda a criação, “alegrem-se os céus…, ressoe o mar…, alegrem-se os campos…, exultem de alegria as árvores dos bosques”.
O louvor do Senhor faz-se cantando, bendizendo, proclamando, publicando, reconhecendo, adorando, tremendo, dizendo, alegrando-se, exultando, gritando… e é feito pelo povo, por todas as nações, todos os povos, as criaturas, os campos, as florestas. A razão fundamental do louvor é porque o Senhor está no meio do seu povo, governa e salva “exultem de alegria… na presença do Senhor, que se aproxima e vem governar a terra”.
Paulo, na carta aos coríntios recorda que na vida do cristão há apenas um ator, o Espírito Santo, e tudo vem dele. Habituados à filosofia e inclinados para a procura do conhecimento, os coríntios julgavam poder chegar lá por si mesmos. Paulo adverte que a vida dos membros da comunidade cristã deve ser como uma sinfonia, em que cada um toca um instrumento diferente, mas, porque todos procuram tocar no mesmo tom, a melodia é agradável ao ouvido. A vida cristã é como um hino de amor (1ª leitura) e de alegria (salmo), no Espírito Santo.
Assim, o mais importante não é o que cada um faz, mas se o que faz serve para o bem comum, pois, tudo é dom do mesmo Espírito e ele dá a cada um o dom que entende para que todos, cada um a seu modo, sirvam com a sua vida o bem dos outros membros da comunidade. Os dons enunciados por Paulo são “os ministérios”, “a sabedoria”, “a ciência”, “a fé”, “o poder de curar, “o poder de fazer milagres”, “falar em nome de Deus”, “o discernimento dos espíritos”, “falar diversas línguas”, “interpretar”.
O evangelho coloca-nos no terceiro dia da vida pública de Jesus, uma cronologia interessante. Há um primeiro dia em que as autoridades interrogam João querendo saber se ele é o Messias. No dia seguinte João dá testemunho de Jesus. No dia seguinte João indica aos seus discípulos que Jesus é o Cordeiro de Deus” e com eles começa o grupo dos doze. No dia seguinte Jesus encontra Filipe e chama-o dizendo-lhe “segue-me”, aumentando com ele e com Natanael, o número dos discípulos. No terceiro dia Jesus realiza o primeiro dos sinais miraculosos num casamento em Caná da Galileia. Em três dias Jesus passa do anonimato para figura central do evangelho, “manifestou a sua glória e os discípulos creram nele”.
O terceiro dia é o dia da manifestação, dia que revela Jesus como aquele em que se acredita, o dia que anuncia a vitória final em que Jesus, depois de passar pela paixão, onde não se parece em nada com um filho de Deus, ressurge vivo, ressuscitado, como aquele em quem se pode acreditar.
A narração das bodas de Caná revela-se de grande interesse e profundidade. Em primeiro lugar o importante no texto é o leitor, ele é um espetador privilegiado que se dá conta de tudo o que se passa, enquanto os intervenientes não estão a par dos acontecimentos. O noivo não sabe que não têm vinho, Maria não sabe que ainda não chegou a hora de Jesus, o chefe de mesa e o noivo não sabem de onde vem aquele vinho.
Jesus é o principal interveniente na cena e parece estar ausente. A Maria diz “Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou a minha hora”, mas depois manda aos criados que encham as talhas de água e sirvam como se serve o vinho. O chefe de mesa dá-se conta de que este vinho é melhor que o anterior e questiona o noivo e não Jesus, o verdadeiro autor da mudança da água em vinho. Os discípulos não falam nem intervêm, mas estão presentes, são como o leitor, veem tudo, por isso veem a glória de Jesus e acreditam, como se espera que aconteça com o leitor.
Tudo se passa como se Jesus não estivesse visível e atuando em favor de todos, no entanto, é ele quem opera a mudança necessária para que não falte a alegria e a festa possa continuar.
Meditação da Palavra
Os evangelistas relatam muitas situações em que Jesus realiza milagres. Dá vista aos cegos, faz ouvir os surdos e falar os mudos, levanta do chão os paralíticos, ressuscita os mortos. Naquele tempo, tal como hoje, as pessoas ficam maravilhadas e acorrem a Jesus à procura de milagres que alterem o curso da sua vida, libertando-as das suas limitações, sobretudo limitações físicas, sempre difíceis de suportar.
João, no seu evangelho, fala de sinais. “Em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais”. A cena que João narra, e que nós escutamos este domingo, é curiosa por diversas razões como podemos ver: Primeiro podemos salientar o facto de que em toda a cena, Jesus passa despercebido à grande maioria das pessoas, mesmo aos mais importantes, o chefe de mesa e o noivo. Só Maria se dá conta de que falta o vinho. A ação de Jesus não tem como primeiro objetivo revelar quem ele é, mas resolver um detalhe na vida dos noivos. Os serventes fazem mecanicamente o que Jesus lhes manda fazer. Só os discípulos reconhecem no sinal realizado por Jesus a manifestação da sua glória e só eles fazem a experiência da fé.
Fugindo às ideias que já temos preconcebidas quando escutamos este evangelho, podemos compreender que, na maior parte das situações da nossa vida, a ação de Deus passa despercebida ao nosso olhar e ao olhar da maioria das pessoas. É preciso um olhar atento ao mistério para se perceber quantas maravilhas faz o Senhor a nosso favor. Por isso é tão necessário anunciar, como convida o salmo “anunciai dia a dia a sua salvação, publicai entre as nações a sua glória, em todos os povos as suas maravilhas”, para que todos vejam e vendo acreditem.
É mais fácil pensar que tudo se resolve com o tempo, acreditar que há pessoas boas que são como anjos, que somos capazes de resolver todos os problemas, que a ciência e a técnica têm resposta para tudo ou que o acaso gere toda a nossa existência. Para o chefe de mesa o vinho novo foi uma surpresa do noivo, para o noivo foi, talvez, a oferta inesperada de algum amigo. Para os serventes que faziam um trabalho, o vinho novo foi um acaso ou uma sorte. Para reconhecer que é Jesus, que é Deus, quem faz as pequenas maravilhas do nosso dia a dia e que são essas pequenas maravilhas que nos enchem de alegria, é preciso um olhar espiritual.
Na reconstrução das muralhas de Jerusalém, os israelitas regressados de Babilónia não conseguem ver esta presença de Deus nas pequenas conquistas de cada dia. Veem apenas trabalho para fazer e obstáculos que nem sempre conseguem contornar com facilidade, sentindo-se abandonados, mas a muralha vai crescendo. Só o profeta consegue ver que Deus está com o seu povo e o transforma, pelo amor, em verdadeira esposa, em razão da sua alegria.
Do mesmo modo os cristãos, nas suas comunidades, olham uns para os outros na esperança de que algum deles sejam fonte de solução para os problemas. Algum iluminado, cheio de qualidades e capacidades inatas que possa enriquecer a comunidade e alegrar a todos. Na realidade, não são as capacidades de cada um a solução para os múltiplos problemas das comunidades cristãs. É o Espírito Santo quem distribui os dons e inspira cada um a colocá-los ao dispor de todos para o bem comum. O segredo está, pois, em reconhecer e acolher os dons. A solução está naquele olhar espiritual que vê as dificuldades como o profeta e é capaz de perceber que só o Espírito Santo distribui os verdadeiros dons necessários a todos.
Sem vinho, as bodas, em qualquer parte do mundo e da história são uma experiência de abandono, um fracasso, uma experiência triste, como a experiência dos israelitas que reconstroem as muralhas de Jerusalém carregados de um sentimento de abandono e rejeição.
O que muda a vida de cada homem é o amor de Deus. A diferença entre a vida do crente e dos outros é a certeza de ser amado. Já não sou um abandonado, não sou um deserto, não sou um rejeitado. Sou desposado, escolhido, predileto, como uma jovem desposada pelo seu amado.
A diferença não está nas capacidades que temos ou nos faltam, mas no Espírito que atuam e faz capazes aqueles que se abrem aos seus dons e se dispõem a partilhá-los. A diferença está em deixar entrar Jesus na festa e estar atento aos gestos e palavras com que ele vai transformando a água em vinho.
Os discípulos veem e creem que o que ali se passou foi ação de Deus. As comunidades cristãs precisam deste olhar para ver como Deus está agindo em sinais simples e pequenos que parecem insignificantes, mas têm o valor do amor de Deus que neles se manifesta. Quem vê, tem que ser capaz de anunciar o que Deus faz e cantar os louvores do Senhor, para que se reconheçam que vem dele e não de nós o poder com que se transforma a vida.
Para acreditar o importante não é ser mãe de Jesus, nem criado que faz o que Jesus manda, nem chefe de mesa que percebe de vinhos e declara este melhor que o anterior. Para a fé é necessário saber de onde vem o vinho, a sua origem, e reconhecer naquele por quem a água se transforma em vinho, o Senhor em quem se pode acreditar. Os criados fizeram como Jesus disse, mas não acreditaram, o chefe de mesa provou e reconheceu ser bom o vinho, mas não acreditou, porque não sabia de onde viera. O noivo, dono da festa, nem se apercebe que Jesus está presente e que é ele a razão da alegria. Só os discípulos sabem, conhecem e, por isso, acreditam.
Rezar a Palavra
Entra na minha festa, Senhor. Entra na festa da minha vida onde tantas vezes falta o vinho, a alegria, a razão e o sentido. Entra na minha vida e faz-me perceber o porquê de cada coisa, de cada pessoa, de cada momento. Entra na minha vida e lava os meus olhos para ver-te presente, para compreender as tuas palavras, para identificar os teus gestos, para acolher os sinais da tua glória e acreditar que és tu e não eu quem transforma a água em vinho.
Compromisso semanal
Quero acreditar que Jesus é quem traz alegria à minha vida.
[Referência: LEITURA ORANTE DA PALAVRA – LECTIO DIVINA FERIAL: <Leitura Orante da Palavra – Lectio Divina Ferial (liturgia.pt)>]

4o degrau da lectio divina: contemplação (contemplatio) – firme propósito de ver a vida com os olhos da fé, com o olhar iluminado pelo Espírito Santo; de tornar-se um novo ser humano: discípulo missionário de Jesus Cristo.
Oração firmadora do propósito de dedicar-se ao discipulado missionário de Jesus Cristo
Clamo-vos, ó Deus Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, e rogo a intercessão da Virgem Maria e de todos os santos e anjos de Deus, para que me ilumineis, inspireis, orienteis e sustenteis de modo que eu veja a vida com os olhos da fé, com o olhar iluminado pelo Espírito Santo, tornando-me passo a passo, dia-a-dia, de acordo com a vossa santa vontade, um discípulo missionário de Jesus Cristo, ciente de que a Leitura Orante da Palavra de Deus se constitui base, estímulo e impulso para fazê-lo da melhor forma possível.
Que eu me empenhe para participar diariamente da Santa Missa (ou, caso não for possível, alternativamente, a assista por meio eletrônico), aproveitando para, antes ou depois depois da Santa Missa, devotar uma hora de adoração ao Santíssimo Sacramento (ou o tempo que for possível). Que eu recite o Santo Rosário e outras orações e devoções pelas quais me sinto particularmente tocado, em especial invocando a iluminação do Espírito Santo, bem como a proteção e orientação dos anjos.
Que eu leia ao menos as sínteses das vidas dos santos de cada dia, ricas em exemplos de prática cristã. Que eu me debruce sobre as leituras escolhidas pela Santa Madre Igreja para serem meditadas nos diversos momentos orantes que compõem a Liturgia das Horas, que consistem em preciosos estímulos para a santificação do dia – e da vida. Que na medida do possível eu recite as orações da Liturgia das Horas em seus respectivos horários e me coloque em silêncio por alguns momentos após elas, em atitude de adoração e profunda intimidade com o Senhor- ou pelo menos as ouça ao longo do dia.
Que eu me impregne profundamente da consciência do magnífico valor dos tesouros disponíveis no caminho cristão, tão rico em alimento espiritual, que podem – e devem – ser desbravados e conquistados pela alma que tem sede de Deus (Sl 41). Que eu passe a usufruí-los, gradual e progressivamente, de acordo com a realidade e as possibilidades, avançando na prática de orações mentais, meditando leituras recomendadas para tal. E que eu me dedique a ampliar o conhecimento da fé , bem como da doutrina cristã autêntica expressa nos documentos da Igreja e na grande diversidade de obras escritas pelos santos e pelos que se empenharam sinceramente para bem servir a Santa Madre Igreja.
Que eu siga o exemplo de profunda caridade de Jesus, de dar a vida pelos irmãos, fazendo do viver uma oblação, um doar-se pelo Reino: na convivência diária no âmbito da família e do trabalho; na vida comunitária – com especial zelo no seguimento das orientações da Santa Madre Igreja quanto a vida sacramental, de acordo com meu estado de vida e as circunstâncias específicas do viver (Batismo, Confirmação, Penitência, Eucaristia, Ordem, Matrimônio e Unção dos Enfermos), buscando também contribuir da melhor forma possível para que muitos usufruam das graças sacramentais. E que eu me engaje frutuosamente em ações concretas para a promoção da vida plena e abundante que Jesus veio trazer a todos, praticando da forma mais elevada possível as virtudes teologais da fé, esperança e caridade, bem como as virtudes cardeais da prudência, justiça, fortaleza e temperança. Amém!
SANTOS DO DIA – EXEMPLOS DE PRÁTICA CRISTÃ
[Fonte: <https://sagradamissao.com.br/2025/01/santos-do-dia-da-igreja-catolica-19-de-janeiro/>]
Santos do Dia da Igreja Católica – 19 de Janeiro
Postado em: por: marsalima
Santo Odilo
Odilo nasceu em 962, na cidade francesa de Auvergne. Seu pai era Beraldo, da nobre família Mercoeur e sua mãe Gerberga. Narra a tradição, que a sua vida espiritual começou na infância, aos quatro anos de idade. Era portador de uma deficiência nas pernas que o impedia de andar. Certa vez, sua governanta o deixou sentado na porta da igreja, enquanto foi falar com o padre. Odilo aproveitou para rezar e se arrastou até o altar, onde pediu à Virgem Maria que lhe concedesse a graça de poder caminhar. Neste instante, sentiu uma força invadir as pernas, ficou de pé e andou até onde estava a empregada, que, junto com o vigário, constatou o prodígio.
Assim que terminou os estudos ingressou no Mosteiro beneditino de Cluny, em 991. Tão exemplar e humilde foi seu trabalho que, quando o abade e santo Maiolo sentiu que sua hora era chegada, elegeu-o seu sucessor, em 994. Este cargo, Odilo ocupou até a morte.
Ele era um homem de estatura pequena e aparência comum, mas possuía uma força de caráter imensa. Soube unir suas qualidades inatas de liderança e diplomacia, com a austeridade da vida monástica e o desejo de fazer reinar Cristo sobre a terra. Desta maneira conseguiu, num período difícil de conflitos entre a Igreja e o Império, realizar a doutrina de paz e fraternidade pregadas no Evangelho. Exerceu sua influência sobre os dois, de modo que se estabeleceu a célebre “trégua de Deus”, conseguida, grande parte, por seu empenho.
Como alto representante da Igreja que se tornara, era procurado e consultado tanto pelos ilustres da corte como pelos pobres do povo, atendendo a todos com a mesma humildade de um servo de Cristo. A sua caridade era ilimitada, tanto que, para suprir as necessidades dos famintos e abandonados, chegava a doar as despensas do mosteiro. Até a valiosa coroa, presenteada pelo imperador Henrique II, e os objetos sagrados da Abadia foram vendidos, quando a população se viu assolada pela peste, em 1006. Mesmo assim os recursos foram insuficientes, então, Odilo se fez um mendigo entre os mendigos, passando a pedir doações aos príncipes e à aristocracia rica, repassando para a população flagelada.
No trabalho religioso, aumentou a quantidade dos mosteiros filiados à Abadia de Cluny, que de trinta e sete passaram a ser sessenta e cinco. Naquela época, Cluny se tornou a capital de uma verdadeira reforma monástica, que se difundiu por toda a Europa e, pode-se dizer que Odilo, quinto abade de Cluny, era considerado o verdadeiro chefe da cristandade, porque o papado teve de se envolver com os problemas políticos da anarquia romana.
Em 998, por sua determinação, todos os conventos beneditinos passaram a celebrar “o dia de todas as almas”. Data que Roma implantou para todo o mundo católico em 1311, com o nome de “dia de finados”. Foi ainda eleito Arcebispo de Lion pelo povo e pelo clero, chegando a ser nomeado pelo Papa João XIX, mas recusou o cargo.
Em 31 de dezembro de 1049, morreu com fama de santidade, no mosteiro de Souvigny, França. O seu culto foi reconhecido pela Igreja e incluído no calendário dos beneditinos de todo o mundo, cuja comemoração passou do dia 2 de janeiro para 19 de janeiro.
Santo Canuto IV
Canuto nasceu no ano 1040. Era o filho primogênito do rei Estevão II, da Dinamarca, portanto, o sucessor direito e legal ao trono. Mas, quando seu pai morreu, Canuto foi traído por um irmão ambicioso, que lhe usurpou o reino.
Criado e educado com sabedoria e nobreza, o santo desde pequeno mostrou dotes de piedade e caridade. Encontrou desde cedo paz e serenidade na oração e na fé. Casou-se com uma cristã, princesa de Flandres, e com ela teve um filho, Carlos, que também se tornaria santo. Com toda essa formação, Canuto não reagiu com violência à traição do irmão, aventureiro e ingrato. Confiou e esperou.
Quatro anos mais tarde o usurpador morreu. Pôde, então, se tornou o rei, Canuto IV, assumindo a coroa que lhe pertencia. Nesta ocasião a Dinamarca assistiu a um dos reinados mais enérgicos, piedosos e corretos de toda sua História. Canuto foi, segundo todos os registros, sem nenhuma voz discordante, um rei que deixou em todos os seus atos a marca da justiça e da caridade, com uma política inteiramente voltada em benefício dos necessitados. Além disso, favoreceu grandemente o cristianismo, fazendo construir dezenas de igrejas, conventos, escolas e hospitais.
Mas sua política de favorecimento aos pobres desagradou a nobreza. Esta se articulou contra ele de forma que fosse mal sucedido em uma guerra contra a Inglaterra, em 1075. Novamente atraiçoado e mais uma vez por um irmão, Canuto foi perseguido, procurando refugiou na Igreja de Santo Albano em Odense, onde foi assassinado. Era o dia 19 de janeiro de 1086 e ele morreu ajoelhado defronte ao altar. Tinha apenas quarenta e seis anos.
Sua morte foi considerada como martírio, milagres foram registrados em seu túmulo e ele passou a ser venerado como santo pelo povo. Em 1100, os emissários do rei Eric III entregaram o processo de canonização ao papa Pascoal II. No ano seguinte, seu culto foi autorizado e o rei São Canuto IV, declarado o padroeiro da Dinamarca.
Santo Mário
Na metade do século terceiro, em 251, houve um novo reflorecer de toda a Igreja, do Oriente e do Ocidente, inclusive o papa Cornélio pôde presidir um sínodo de sessenta bispos. Entre 268 e 270, o imperador era Cláudio II, que não decretou oficialmente nenhuma perseguição ao cristianismo. Entretanto, na maioria dos antigos calendários litúrgicos foram fixados, ao longo desses dois anos, os martírios de Mário, Marta, Audifax, Ábaco e do sacerdote Valentim. Este último, morto porque continuava unindo os casais em matrimonio, contrariando o decreto do imperador.
Os cinco testemunhos foram narrados cerca de um século depois dos fatos, de maneira que se confundiram entre si e a presença do padre Valentim serviu para reforçar ainda mais esta antiga tradição. Ela conta que Mário, Marta, Audifax e Ábaco vieram em peregrinação da Pérsia até Roma, para venerar os túmulos dos apóstolos, Pedro e Paulo. Nos arredores da cidade acabaram ajudando um sacerdote, Valentim, a enterrar os corpos de duzentos e sessenta mártires, que jaziam decapitados e abandonados ao lado de uma estrada. Eles foram flagrados no cemitério, em Salária e presos.
A partir deste ponto a tradição passou a citar, Mário e Marta como um possível casal, qualificando Aldifax e Ábaco como seus filhos ou irmãos de Mário. A dúvida sobre se eram ou não um casal, vem do forte carisma do sacerdote Valentim, já existente neste século, cuja veneração se fortaleceu tanto alcançando o terceiro milênio e atingindo todos os recantos do mundo.
Todos morreram, mas não renegaram a fé e se recusaram a prestar culto ao imperador.
Os homens foram decapitados na Via Cornélia. Primeiro Mário, seguido por Aldifax e Ábaco, exceto o sacerdote Valentim, martirizado quase um mês depois. Marta, mesmo informando que ainda não havia recebido o batismo, também morreu, afogada num poço há treze milhas fora dos muros de Roma.
Mais tarde, uma cristã conseguiu levar seus corpos para um túmulo situado em seu terreno, na própria Via Cornélia. Nesse local, na propriedade de Boccea, surgiu uma igreja, cujas ruínas existem ainda hoje. Treze séculos depois, em 1590, os corpos foram descobertos e as relíquias guardadas em igrejas da Itália e Alemanha.
A grande difusão do nome Mário vem precisamente deste santo. No antigo idioma céltico ele é o sinônimo de macho, mas popularmente se diz que é considerado o masculino de Maria. Mais um motivo da devoção do primeiro dos mártires da via Cornélia ter mantido sua presença, de forma constante e tenaz, em todos os calendários litúrgicos da Igreja, até os nossos dias.


ESTÍMULOS À SANTIFICAÇÃO DO DIA – E DA VIDA
LEITURAS DAS ORAÇÕES DA LITURGIA DAS HORAS DE 19 DE JANEIRO DE 2025
[Fonte: <https://www.ibreviary.com/m2/breviario.php>]
ORAÇÃO DA HORA TERÇA (NOVE HORAS)
LEITURA BREVE
Rom 5, 1-2.5
Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual temos acesso, na fé, a esta graça em que permanecemos e nos gloriamos, apoiados na esperança da glória de Deus. Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
V. Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
R. E para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Oração
Deus eterno e omnipotente, que governais o céu e a terra, escutai misericordiosamente as súplicas do vosso povo e concedei a paz aos nossos dias. Por Nosso Senhor.
ORAÇÃO DA HORA SEXTA (DOZE HORAS)
LEITURA BREVE
Rom 8, 26
O Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza, porque não sabemos o que pedir nas nossas orações; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis.
V. A Vós, Senhor, se eleva a minha súplica:
R. Dai-me inteligência segundo a vossa palavra.
Oração
Deus eterno e omnipotente, que governais o céu e a terra, escutai misericordiosamente as súplicas do vosso povo e concedei a paz aos nossos dias. Por Nosso Senhor.
ORAÇÃO DA HORA NONA (QUINZE HORAS)
LEITURA BREVE
2 Cor 1, 21-22
Quem nos confirma em Cristo – a nós e a vós – é Deus. Foi Ele que nos concedeu a unção, nos marcou com um sinal e imprimiu em nossos corações o penhor do Espírito.
V. O Senhor é minha luz e salvação,
R. O Senhor é o protector da minha vida.
Oração
Deus eterno e omnipotente, que governais o céu e a terra, escutai misericordiosamente as súplicas do vosso povo e concedei a paz aos nossos dias. Por Nosso Senhor.
V. Bendigamos o Senhor.
R. Graças a Deus.
ORAÇÃO DE VÉSPERAS (FINAL DA TARDE)
LEITURA BREVE
2 Tes 2, 13-14
Devemos continuamente dar graças a Deus por vós, irmãos amados por Deus, porque Deus vos escolheu como primícias para serdes salvos pelo Espírito que santifica e pela fé na verdade. Foi para isso que Ele vos chamou por meio do Evangelho, para possuirdes a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.
RESPONSÓRIO BREVE
V. Grande é o Senhor, admirável é o seu poder.
R. Grande é o Senhor, admirável é o seu poder.
V. Infinita é a sua sabedoria.
R. Admirável é o seu poder.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Grande é o Senhor, admirável é o seu poder.
ORAÇÃO DE COMPLETAS (ANTES DE DORMIR)
LEITURA BREVE
Ap 22, 4-5
Verão a face do Senhor, e o nome do Senhor estará escrito nas suas frontes. Nunca mais haverá noite, nem precisarão da luz da lâmpada nem da luz do sol, porque brilhará sobre eles a luz do Senhor Deus, e reinarão pelos séculos dos séculos.
RESPONSÓRIO BREVE
V. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
V. Senhor, Deus fiel, meu Salvador.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
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Importante:
* A Liturgia Diária, a porção da Palavra de Deus escolhida para cada dia, consiste em refeição espiritual de escol brindada pela Santa Madre Igreja, preparatória para o alimento divino, a Sagrada Eucaristia. Auguramos que esse estudo orante possa contribuir para potencializar o sustento e o remédio que essas santas palavras são destinadas a proporcionar e que com cada vez maior assiduidade mais irmãos na fé priorizem sorver diariamente as delícias inefáveis da Santa Palavra e da Sagrada Eucaristia. Sugerimos, caso não for possível por alguma razão desfrutar a missa presencialmente, que se o faça ao menos virtualmente, pela televisão ou internet. Também recomendamos escrever na área de busca de sites veiculadores de vídeos na internet as palavras “Homilia diária” e aproveitar os momentos livres do pensamento (inclusive no decorrer da realização de atividades manuais que não requerem intensa concentração – como lavar louça, por exemplo) para ouvir as reflexões de clérigos qualificados para nos ajudar a compreender com cada vez mais profundidade os desígnios divinos. O católico que participar de todas as Missas diárias ou estudar a Liturgia Diária pelo período de três anos, terá estudado toda a Bíblia (exceto partes de algumas passagens que são apresentadas de forma sintetizada, das quais são suprimidos versículos considerados de importância secundária). Essa breve exegese da Liturgia Diária é recomendada para quem busca conhecer com profundidade a Palavra de Deus, para dela se tornar íntimo e colocá-la em prática.
** A Liturgia das Horas é composta por sete momentos orantes rezados pelo fiel ao longo do dia. O primeiro, na madrugada, se chama Ofício das Leituras, composto pela recitação de vários salmos; a primeira leitura (extraída da Bíblia); a segunda leitura (extraída da Sagrada Doutrina) e algumas orações próprias. O segundo, Laudes, se reza no início da manhã, incluindo a recitação de salmos; orações; leitura bíblica breve e inclui também preces. Os momentos orantes do “miolo do dia” (das 09 às 15 horas) chamados “da hora média”, são propostos para serem realizados com brevidade em três etapas: Hora Terça, em torno das 09:00 horas; Hora Sexta, em torno das 12:00 horas; e Hora Nona, em torno das 15:00. São compostos pela recitação de salmos; orações e uma leitura bíblica breve. O sexto momento orante se dá antes do pôr do sol, sendo denominado de Vésperas e inclui também algumas preces, além dos salmos, orações e leitura bíblica breve. O sétimo momento orante denomina-se Completas, sendo realizado antes de dormir, incluindo o exame de consciência, uma breve recitação dos salmos, leitura bíblica breve e orações próprias, sendo bastante conciso. Tais momentos orantes são destinados especialmente à santificação do dia. A Liturgia das Horas serve também como ponto de interseção entre todos os católicos, sendo prescrita em especial para ser recitada por todos os componentes do clero, religiosos, religiosas, diáconos… constituindo-se fundamental para a unidade da fé, prevenindo a queda em heresias (a “escolha” de partes das escrituras e da doutrina e o rechaço de outras). Recomendamos vivamente que todos quantos puderem se dediquem a essa maravilhosa prática e reputamos como mínimo necessário a meditação da segunda leitura do Ofício das Leituras (aqui trazida como leitura complementar, extraída do o site <http://www.ibreviary.com/>), com o que nos tornamos agraciados com os preciosíssimos tesouros da Sagrada Doutrina brindados pelos que cultivaram a fé desde o início da Igreja. Podemos acessar a Liturgia das Horas através de livro próprio, também chamado de Breviário, ou por meio de aplicativos ou sites na internet. O fiel pode ainda digitar na área de busca o nome do momento orante que deseja acompanhar e terá à disposição essa oração com os salmos cantados. Disponibilizamos diariamente nesse estudo orante da Palavra de Deus os textos das leituras de todos os momentos orantes da Liturgia Diária, reputando-os como estímulos para a santificação do dia.
*** Por que ler a vida do Santo do dia?
Você sabe porque é muito importante conhecer e meditar no exemplo de vida do Santo do dia?
É fácil perceber que os homens se influenciam mutuamente no relacionamento social. A criança imita os pais, os gestos de dois amigos tendem a se assemelhar, pois a imitação é conatural aos homens desde a infância, distinguindo-os como a criatura mais imitativa de todas.
Esse mimetismo inato vincado em nossa humanidade se verifica também no âmbito sobrenatural. Conforme frisou Bento XVI, “os Santos constituem o comentário mais importante ao Evangelho, uma atualização sua na vida cotidiana e, por conseguinte, representam para nós um verdadeiro caminho de acesso a Jesus”.(1) Podemos, sem dúvida, considerá-los como imagem de Deus transposta para o dia a dia.
O conceito de imitação de Cristo – diretamente ou através do Santo do Dia – está presente nos Livros Sagrados, sobretudo nas cartas de São Paulo, como a destinada aos filipenses: “Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós” (3, 17).
São Francisco de Assis estava bem cônscio de seu papel simbólico quando dizia: “Devo ser modelo e exemplo para todos os frades”. (2)
Para o homem contemporâneo essas analogias entre Cristo e os Santos poderiam parecer despropositadas ou mesmo maldosamente tachadas de “culto à personalidade”.
Por isso, é fundamental ler a história do Santo do Dia para que conhecendo o exemplo deles e admirando-os, aprendamos como adequar nossas vidas à santidade que Deus quer de nós.
**** Leitura Orante da Palavra (Lectio divina)
Fonte: <https://www.ivcpoa.com.br/leitura-orante-da-palavra>
a) Como surgiu?
No século XII, o monge Guigo II estava trabalhando no mosteiro com uma escada na mão. Enquanto isso, pedia a Deus que lhe sugerisse um instrumento que o ajudasse a subir até ele. Sobre isso, ele escreveu: “Ocupado em um trabalho manual, comecei a pensar na atividade espiritual do ser humano e se apresentaram improvisadamente à minha reflexão quatro degraus espirituais, ou seja: 1) a leitura; 2) a meditação; 3) a oração; e 4) a contemplação”. Esta é a escada que se eleva da terra ao céu. Alguns chamam esse método de rezar de Lectio divina, isto é, leitura divina.
b) Os passos da Leitura Orante: 1) leitura; 2) meditação; 3) oração; e 4) contemplação.
1) Leitura: no primeiro momento, procure acolher a Bíblia não como um livro qualquer, mas como um tesouro que é a Palavra que Deus quer nos falar. Esforce-se para captar o sentido do texto do modo mais pleno possível. Para isso, podem ajudar algumas perguntas: • Quem? O que diz e o que faz cada personagem? • Onde? Como se situa este texto na Bíblia e em que contexto? • Que relação tem com outros textos? • Em síntese, o que diz o texto?
2) Meditação: A meditação vai responder à pergunta: “O que é que Deus, através deste texto, tem a nos dizer hoje?”. É muito importante perceber o que o texto diz para mim, não somente para os outros. Algumas vezes, as pessoas procuram no texto bíblico lições para ensinar aos outros. Aqui é diferente: o texto fala diretamente com o leitor, seja pessoalmente, seja comunitariamente. Entra-se em diálogo, facilitado por algumas perguntas, como: O que há de semelhante e de diferente entre a situação do texto e a nossa de hoje? O que a mensagem deste texto diz para a nossa situação? Que mudanças de comportamento nos sugere? Pode-se perceber o quanto as ideias de Deus são diferentes das nossas e a necessidade de deixar que a Palavra de Deus transforme as nossas convicções. Muitas vezes, é preciso mudar de mentalidade para aderir à vontade de Deus.
3) Oração: É o momento de expressar o que o texto nos faz dizer a Deus. A oração é a nossa resposta à Palavra de Deus lida e meditada. A oração provocada pela meditação inicia-se com uma atitude de admiração, silêncio e adoração ao Senhor. A oração suscitada pela meditação também pode ser recitação de preces e salmos. Dependendo do que se ouviu da parte de Deus, a resposta pode ser de louvor ou de ação de graças, de súplica ou de perdão. É importante que essa oração espontânea não seja só individual, mas tenha sua expressão comunitária em forma de partilha.
4) Contemplação: enxergar, saborear, agir. A contemplação ajuda a enxergar o mundo de maneira nova. Tira o véu e ajuda a descobrir o projeto de Deus na história que hoje vivemos. Leva-nos a perceber Cristo como centro de tudo. Pela Leitura Orante, vamos crescendo na compreensão do sentido e da força da Palavra de Deus, vamos sendo transformados e nos tornando capazes de transformar a realidade. Contemplar supõe viver de modo diferente. O centro da pessoa está em Cristo. A pessoa é transformada pela Palavra de Deus, por isso contempla a presença de Deus em sua vida e adquire um novo olhar sobre a realidade.
Leitura Orante na Prática
O monge que criou o método sugere a ideia de uma escada que nos ajude a subir até Deus. Vamos analisar os quatro degraus que devemos subir.

1º Degrau – Leitura (Lectio): O que o texto diz?
1. Leia lentamente o texto, ao menos duas vezes.
2. Ainda não é hora de tentar tirar uma mensagem para sua vida. Apenas tente compreender o que o texto poderia significar na época em que foi escrito.
3. Tente reconstruir o texto: Quem são as pessoas que aparecem no texto e qual é a situação de cada uma? De acordo com o texto, qual é o papel de cada uma e quais seriam seus sentimentos? Aparece algum conflito no texto? Como é resolvido? Qual é o rosto de Deus no texto?

2º Degrau – Meditação (Meditatio): O que o texto me diz?
1. Destaque os versículos que foram mais fortes para você (sem tentar interpretá-los).
2. Atualize o texto comparando a situação da época com a situação atual e procure perceber o que tudo isso tem a ver com a sua/nossa vida de cristão.

3º Degrau – Oração (Oratio): O que o texto me faz dizer a Deus?
1. Tudo o que foi lido e meditado é transformado em uma conversa orante com Deus.
2. A oração é o instante no qual se é convidado a falar com Deus através do louvor, do agradecimento, do pedido, da súplica, do oferecimento, do perdão dirigido a ele: “Senhor, eu te peço… Eu te louvo e agradeço meu Deus…”. Dialogar diretamente com Deus: tenha “um trato de amizade com aquele que nos ama” (Santa Teresa). É necessário silêncio…

4º Degrau – Contemplação (Contemplatio)
Contemplar é ver a vida com os olhos da fé. É sentir, quase intuitivamente, a presença da Santíssima Trindade ao nosso lado. Esse passo está ligado ao anterior; às vezes, não percebemos quando termina um e começa o outro. Volte-se para a sua realidade (ao seu dia a dia) e veja sua vida com o olhar iluminado pelo Espírito Santo. Não se trata de pensar “o que fazer”, mas de como irá seguir Jesus a partir desse texto? É a primazia do ser sobre o fazer. Este último será o resultado de um novo ser humano: discípulo missionário de Jesus Cristo.
Atenção! Este método é fascinante, mas exigente. Não supõe saber ou ter grandes estudos, mas requer dedicação e escuta atenta à Palavra de Deus. Se alguém ler o texto bíblico sem seguir o método orante, dificilmente entenderá os quatro degraus. Há alguns que dizem que é muito difícil seguir este processo, certamente porque querem resultados imediatos e não dão tempo para escutar o Senhor. Para seguir este método, é preciso muita humildade e deixar o Senhor falar. É preciso se livrar de conceitos prontos sobre o texto lido. Evite-se, igualmente, logo tirar uma mensagem para pôr em prática. Essa aplicabilidade da Palavra depende de uma escuta mais atenta, pois nem sempre o Senhor pede que se faça algo, mas solicita uma mudança em nosso ser – a nossa conversão.