Cultivo espiritual: um investimento necessário!

Chamou-me especial atenção a afirmação de um jovem a respeito de um senhor milionário para o qual trabalhava, após uma interação desagradável que tivera com o mesmo: “Esse cara é muito pobre! Ele só tem dinheiro…” De fato uma vida limitada ao acúmulo de bens materiais se constitui algo precário, limitado, denotador de carência… é realmente pobre!

Aprofundando a reflexão a esse respeito me ocorreu que a superação da pobreza material requer empenho, dedicação, constância… enfim, é necessário cultivar a atividade – ou o conjunto de atividades econômicas – que provê os frutos financeiros desejados. E as pessoas bem sucedidas financeiramente, após auferir os frutos necessários ao suprimento das necessidades, passam a investir as sobras, ou seja, a incrementar seus negócios, para que os frutos financeiros se multipliquem.

E nos outros aspectos do viver, os frutos desejados requererão também empenho, dedicação, constância, adequado cultivo e também investimento? Certamente!

No âmbito espiritual, na vida de um cristão católico, pode-se afirmar que as ações de cultivo para o suprimento das necessidades básicas são as prescritas no decálogo (os 10 Mandamentos) e nos 5 Mandamentos da Igreja Católica (Ouvir missa inteira aos domingos e festas de guarda; Confessar ao menos uma vez cada ano; Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição; Jejuar e abster-se de carne quando manda a Santa Mãe Igreja; Doar o Dízimo, segundo o costume.).

Porém a essas ações básicas de cultivo do viver católico cumpre agregar, investir tempo e atenção concentrada – tanto quanto possível, de acordo com o estado de vida, a vocação a que cada ser se sentir chamado – em atividades espirituais como a audição se possível diária (ou tantos dias quanto seja possível) da Santa Missa (ainda que em meio eletrônico, quando não for possível presencialmente); a récita do Santo Rosário e outras orações piedosas; a récita ou audição das orações da Liturgia das Horas; a leitura ou audição de meditações da Palavra do Senhor feitas pelos que dedicam à missão de aprofundar a compreensão do que o Senhor ensinou e deseja de nós (clérigos, religiosos ou leigos que escreveram ou veiculam programas nos meios de comunicação); a leitura ou audição da síntese da vida do(s) santo(s) do dia; a leitura ou audição de obras da doutrina da Igreja (como o Catecismo da Igreja Católica, as encíclicas dos Papas etc.); a integração em atividades pastorais na comunidade; a participação em atividades extras (por exemplo: grupos de oração, Oficinas de Oração e Vida etc.), conforme se sentir chamado – entre outras.

Esse investimento gera riqueza espiritual, que se traduz em frutos de paz, de mansidão, de serenidade, de bom testemunho, de caridade, de serviço amoroso ao próximo… distanciando o viver da precariedade, da limitação, da degradante condição de quem não cultiva e não investe no espiritual.

Tais ações de cultivo e investimento espiritual levam a aprofundar-se na vivência do Reino de Deus e a distanciar-se do reino de Satanás; a viver cada vez mais as virtudes e a distanciar-se do pecado – o que torna o viver o mais significativo e feliz neste mundo e ao mesmo tempo preparando, pavimentando o caminho para a vida eterna na glória de Deus.